sexta-feira, 22 novembro 2024
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90% dos profissionais trocariam de emprego por questões de saúde mental, aponta Infojobs

MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

56% dos profissionais entrevistados não se sentem felizes no ambiente de trabalho atual

A saúde mental, satisfação e felicidade no trabalho estão no topo das prioridades dos profissionais brasileiros . Segundo uma pesquisa do Infojobs, 90% dos profissionais afirmam que trocariam de emprego por motivos relacionados a essas questões. O levantamento, realizado em setembro de 2024, revela um mercado em transformação, no qual a busca por qualidade de vida, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, e o respeito ao bem-estar emocional são fatores essenciais para alcançar uma carreira de sucesso.

Para Hosana Azevedo, Head de Recursos Humanos do Infojobs, estamos diante de uma mudança profunda na forma como o indivíduo enxerga sua carreira. “As pessoas não estão mais dispostas a sacrificar seu bem-estar em troca de um salário. Elas querem trabalhar em ambientes que promovam equilíbrio e respeito ao seu estado emocional. Esse dado reflete a crescente consciência de que uma vida profissional saudável vai além da produtividade — é sobre viver e trabalhar com propósito e bem-estar”.

A pesquisa também indica que 56% dos profissionais entrevistados não se sentem felizes no ambiente de trabalho atual, e 62% relatam que não se sentem psicologicamente seguros em suas empresas. Entre os fatores mais prejudiciais à saúde mental no trabalho, os profissionais destacam a presença de lideranças tóxicas (66%), cobranças excessivas (41%) e falta de reconhecimento (40%). 

A pesquisa também revela que 83% dos entrevistados já precisaram, ou conhecem alguém que precisou se afastar do trabalho por questões de saúde mental e em 86% desses casos, a empresa não estava preparada para lidar com a situação. 

“Uma vez que o trabalho ocupa uma parte tão significativa de nossas vidas, é essencial que as empresas se tornem verdadeiros aliados na promoção da saúde mental. Não podemos mais ignorar o impacto das doenças ocupacionais nesse contexto. Criar um ambiente de trabalho acolhedor, que escute e valorize o bem-estar emocional dos colaboradores, é um passo vital. Afinal, quando as pessoas se sentem apoiadas e compreendidas, não apenas evitamos afastamentos, mas também cultivamos um espaço onde todos podem se desenvolver e se destacar, trazendo seus melhores talentos e paixões para o dia a dia”, afirma Hosana Azevedo. 

O clima organizacional e o grau de satisfação dos colaboradores são diretamente influenciados pela forma como a empresa lida com saúde mental. Apenas 50% dos profissionais afirmam que se sentem confortáveis para expressar suas opiniões ou pedir ajuda quando necessário.

Outro dado importante é que 50% dos entrevistados relatam que, em situações de conflito, suas equipes têm uma postura voltada para resolução ao invés de procurar culpados. Já em 53% dos casos, os feedbacks — mesmo negativos — são feitos de forma respeitosa.

Estresse x qualidade de vida: um equilíbrio difícil

A pesquisa do Infojobs também revela números em relação ao estresse no ambiente de trabalho. Em uma escala de 0 a 10, 23% dos entrevistados classificaram o nível de estresse em 8 e 19% classificaram em 10 — ou seja, o nível máximo.

Por outro lado, ao avaliar a qualidade de vida com base na mesma escala, apenas 14% classificaram em 8, enquanto as posições 0 e 6 ficaram empatadas com 13% cada. Quando se trata do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, 51% dos respondentes acreditam que conseguem manter esse equilíbrio de forma satisfatória.

A reflexão que fica é clara: falar sobre saúde mental deixou de ser uma opção e se tornou uma questão urgente para o bem-estar dos indivíduos. Como observa Hosana Azevedo, “o futuro do trabalho está nas pessoas. Quando as empresas negligenciam a saúde mental de seus colaboradores, não apenas falham em apoiar o desenvolvimento humano, mas também desconsideram a importância do respeito e do cuidado com aqueles que compõem sua força de trabalho. É essencial que a saúde mental se torne uma prioridade genuína, integrada à cultura organizacional, pois isso não apenas promove um ambiente mais saudável, mas também ajuda cada indivíduo a se sentir valorizado e seguro em seu espaço de trabalho”. 

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Fonte: iG

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