Da Redação Avance News
Investigação revela detalhes do monitoramento da vítima e motivos do crime
A juíza da 1ª Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, pronunciou o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra pelo assassinato de Thays Machado, servidora do Tribunal de Justiça, e William César Moreno, namorado de Thays. O duplo homicídio ocorreu em janeiro deste ano, no bairro Consil, em Cuiabá. A decisão atendeu ao pedido do Ministério Público de Mato Grosso, que utilizou como base a denúncia criminal originada do inquérito da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A magistrada manteve a prisão preventiva de Carlos Alberto Gomes Bezerra, ressaltando que os crimes de natureza hedionda abalaram a ordem pública e que é necessário preservar a instrução criminal, fase de produção de provas do processo criminal. O acusado, que é filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra, atual suplente do MDB na Câmara dos Deputados, está atualmente preso preventivamente no Presídio da Mata Grande em Rondonópolis (225 km ao Sul de Cuiabá).
As investigações da Polícia Civil revelaram que o acusado tinha informações detalhadas sobre a localização da ex-namorada. Foram encontrados 71 prints de locais que a vítima frequentava, que o acusado fazia o download no celular e imprimia a geolocalização. Ele instalou os programas quando ainda estava em um relacionamento com a vítima, segundo informou o delegado. Além disso, os investigadores encontraram um caderno com anotações de datas e locais em que os aparelhos foram instalados, o que permitia saber até quanto tempo de bateria duraria o monitoramento. A Polícia Civil encontrou esse material na casa do acusado.
A vítima Thays Machado havia feito um boletim de ocorrência contra Carlos Alberto Gomes Bezerra. O crime ocorreu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto. O Ministério Público afirma que o feminicídio foi cometido por motivo torpe de vingança pelo término do relacionamento, de forma cruel e impossibilitando a defesa da vítima.
O promotor Jaime Romaquelli disse que o acusado agiu de forma cruel e covarde, revelando extrema perversidade, ao disparar diversas vezes contra a vítima com uma pistola semiautomática em plena luz do dia, em área urbana de intensa movimentação de pessoas, no horário comercial de um dia útil. Com a pronúncia, Carlos Alberto Gomes Bezerra será levado a júri popular.
