Thaís Fávaro | RDNews
O governador Mauro Mendes (União Brasil) garantiu que pediu “máximo empenho” às forças de Segurança Pública para barrar o crescimento do crime organizado em Mato Grosso. Com isso, o gestor afirma que serão feitas ainda mais operações policiais para “sufocar” os criminosos.
“Nós temos feito um esforço muito grande, por isso, esse aumento das operações. Eu chamei o secretário Roveri, a delegada Maidel, conversei com todos eles e pedi o máximo de empenho possível. Operações em cima de operações. Vamos sufocar para tentar controlar esse crescimento que está no Brasil inteiro. Vão ter muitas operações, vai ter muita ação coordenada pela Polícia Civil, pelas ações de segurança e o governo tem feito todos os investimentos possíveis”, garantiu o governador, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá, na manhã desta segunda-feira (10).
Mauro Mendes ressaltou que o crescimento do crime organizado não é “exclusivo” de Estado e existe no Brasil todo, mas garante que em Mato Grosso o índice de resolução dos casos está em torno de 80%, que é acima da média do restante do país. No entanto, o governador criticou o Congresso Nacional por não criar leis mais rigorosas que mantenha os criminosos presos e disse que é preciso “coragem” para tomar as medidas corretas.
“Qualquer crime aqui é identificado o autor e na maioria das vezes, ele é preso e levado aos tribunais […] se tem um problema tem solução, mas falta coragem para tomar as medidas corretas. O que está faltando hoje para o Congresso Nacional é entender que tem bandido que foi preso 5, 6 vezes durante o ano e solto na audiência de custódia. Os policiais ficam até irritados. Precisamos mudar essa lei. O cara vai lá, mata um pai de família e pega 18 anos, depois cumpre um sexto e está em liberdade de novo. É terrível isso. Nós temos que entender que é sobre as leis que a polícia age, que o Judiciário tem que agir e quem faz isso é o Congresso Nacional”, pontuou o governador.
O gestor ainda argumentou que todos os índices de Segurança Pública pioraram nos últimos 40 anos, independente de quem estava governando o país e que enquanto não houver leis mais inteligentes, não iremos ganhar a guerra contra o crime organizado.
“As leis são as regras pelas quais funcionam o nosso país, o nosso judiciário e todas as área. Se essas regras estão equivocadas vai continuar acontecendo esse monte de coisa aí que está acontecendo no Brasil todo […] se nós não acordamos para isso e mudarmos essas leis, colocarmos leis mais duras e inteligentes, dificilmente nós vamos ganhar essa guerra, como nós temos perdido”, concluiu o governador.
Operação Ragnatela
Na última quarta-feira (05), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso (Ficco) deflagrou a operação Ragnatela contra facções criminosas no Estado. A operação tem o objetivo de desarticular o núcleo da maior facção criminosa do estado de Mato Grosso, responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas cuiabanas.
Aproximadamente 400 policiais cumprem oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.
Equipes da FICCO identificaram que criminosos supostamente participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá. Com uso dessa estrutura, o grupo estaria realizando shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters. O vereador por Cuiabá Paulo Henrique (MDB), está entre os alvos.