Da Redação Avance News
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, pediu demissão na manhã desta terça-feira (11), após denúncias de irregularidades no leilão de importação de arroz realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A decisão foi confirmada após uma reunião no Palácio do Planalto.
Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
A polêmica surgiu quando foi revelado que os lotes de arroz foram arrematados por empresas sem histórico no mercado do cereal. Além disso, a negociação de grande parte dos lotes foi intermediada pela Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e pela Foco Corretora, ambas de propriedade de Robson França, ex-assessor parlamentar de Geller. As suspeitas de conflito de interesses se intensificaram devido à sociedade de França com Marcelo Piccini Geller, filho de Neri, em uma empresa criada recentemente.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, anunciou a anulação do leilão e destacou a necessidade de transparência no processo. “Vamos construir mecanismos para avaliar as empresas participantes e garantir que o processo seja justo”, afirmou.
Edegar Pretto, presidente da Conab, afirmou que um novo leilão será organizado, desta vez com a participação da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria Geral da União (CGU), para assegurar a lisura do processo.
Para mais detalhes sobre a anulação do leilão e as medidas adotadas, acesse aqui.
A saída de Geller também impacta a agenda do Ministério da Agricultura, atualmente focada na elaboração do Plano Safra, uma das principais políticas do setor. Wilson Vaz de Araújo, servidor de carreira da Conab, deve assumir interinamente a Secretaria de Política Agrícola.
O governo federal trabalha agora para mitigar os efeitos políticos e jurídicos do caso, que já motivaram pedidos de investigações e a possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional.