João Aguiar | RDNews
A Defensoria Pública protocolou um requerimento pedindo para que o Tribunal do Júri de Edgar Ricardo Oliveira, réu confesso da chacina que resultou na morte de sete pessoas, em Sinop (a 500 Cuiabá), que está agendado para a próxima terça-feira (18), seja remarcado.
O pedido acontece por conta da renúncia feita pelo advogado criminalista Marcos Vinicius Borges. Ele era o responsável pela defesa do réu, mas alegou “motivos de foro íntimo” e comunicou que iria deixar a representação, no último dia 03. Com isso, o processo foi parar com a Defensoria.
O defensor Ricardo Bosquei alega que o tempo para preparar a defesa de Edgar no Tribunal do Júri é curto, com apenas 13 dias antes do julgamento, sendo 8 dias úteis. Além disso, durante o período o defensor ainda tem outras audiências, cumprimento de diversos prazos processuais e atendimento de presos sob sua responsabilidade.
Ricardo também afirmou no requerimento que ainda não teve oportunidade de falar com Edgar, por meio de videoconferência, já que o réu está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE).
“Portanto, é forçoso concluir que a manutenção da data designada para o julgamento do acusado causará enorme prejuízo a este, considerando-se que a Defesa, agora sob a responsabilidade da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, não conhece do processo, por não ter participado de sua instrução na fase anterior, bem como não dispõe de tempo hábil, suficiente para melhor realizar a defesa técnica”, diz trecho do pedido.
O pedido deve ser analisado pela 1ª Vara Criminal de Sinop.
O caso
Edgar é acusado de executar à sangue frio, em uma chacina que chocou o país, Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos, Josué Ramos Tenório, de 48 anos; Adriano Balbinote, idade não confirmada; Orisberto Pereira Souza, de 36 anos; Getúlio Rodrigues Frazão, idade não confirmada; e a filha dele, Larissa de Almeida Frazão, de 12 anos; e Eliseu Santos da Silva, de 47 anos.
De acordo com o delegado Bráulio Junqueira, que conduziu a investigação do caso, os homens envolvidos estavam jogando sinuca e apostando, a princípio, contra Getúlio na parte da manhã. Ambos perderam várias partidas e acumularam dívida de R$ 4 mil. Edgar e Ezequias Souza Ribeiro – que morreu depois em confronto – voltaram ao bar à tarde e perderam mais algumas partidas. Edgar, que estava jogando, teria ficado irritado. Ele e Ezequias foram até o carro e cada um pegou uma arma.
O primeiro a ser morto foi Bruno, dono do bar. Em seguida, Getúlio foi executado pelas costas – depois recebeu mais dois tiros no olho. Pelas imagens é possível verificar, segundo apuração inicial, que Edgar atirava em quem corria, inclusive na menina de apenas 12 anos, que morreu já na rua.