Da Redação Avance News
Os próximos seis anos serão desafiadores para o estado do Paraná no que tange à produção agropecuária e a preservação do meio ambiente. O Brasil, através do Plano ABC +, comprometeu-se com a meta de redução da emissão de carbono em 1 bilhão de toneladas até 2030 e o Paraná tem um papel decisivo, sendo um dos principais estados do agronegócio brasileiro.
O Paraná estabeleceu como meta recuperar 350 mil hectares de pastagens degradadas, expandir os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, que devem ocupar mais de 500 mil hectares, além de avançar na qualificação do uso do sistema de plantio direto de grãos em 400 mil hectares.
Segundo o coordenador do grupo gestor estadual de agricultura de baixa emissão de carbono, Breno Campos, o Paraná tem 2,3% da área nacional e as metas traçadas devem diminuir 15% do total da redução esperada para todo o Brasil até 2023.
Entre as estratégias também está priorizar o uso de bioinsumos e de sistemas de irrigação, além da ampliação em 78 milhões 900 mil metros cúbicos do manejo de resíduos de produção animal. O estado assumiu ainda o compromisso de aumentar em 60 mil cabeças o número de bovinos terminados de forma intensiva, usando os dejetos para a produção de biogás e biometano.
Para o desenvolvimento da proposta, o Paraná conta com o apoio de instituições privadas do agronegócio e de pesquisa. Um dos projetos da Universidade Federal do estado é o sistema silvipastoril para a produção de ovinos, que fica dentro da fazenda experimental Canguiri, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. A pesquisa e extensão rural foram financiadas pelo Ministério da Agricultura e faz parte do Plano ABC + Paraná.
Alda monteiro, professora da UFPR e membro do grupo gestor estadual ABC +, explica que a pastagem bem manejada e com boa produtividade também é uma ferramenta de retenção de carbono importante.
O plano ABC + é um complemento ao Plano ABC, que durante o período de 2010 a 2020, trouxe resultados acima do esperado. No total, foram mitigados 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o equivalente a uma área de 52 milhões de hectares, superando em 46,5% a meta estabelecida. O Ministério da Agricultura acompanha de perto as ações desenvolvidas pelo Paraná e acredita que as metas estabelecidas pelo estado podem ser atingidas antes do prazo inicial, segundo Nádia Schmidt, secretária executiva do Plano pelo Mapa.
“O Brasil é um país essencialmente agrícola, então muitos países e continentes com os quais comercializamos como Europa e Estados Unidos, exigem selo de sustentabilidade e redução do carbono. Até para a comercialização dos nossos produtos isso é importante”, disse Nádia.
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