Da Redação Avance News
O advogado Rogério Nunes Sousa, tio da pequena Rebeca Nunes, que morreu enquanto dormia em casa, contou sobre a última vez que viu a menina de 7 anos, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Nas redes sociais, ele revelou que arriscou perder um voo para poder ir abraçar a sobrinha após saber que ela estava chorando para se despedir dele (assista relato acima).
“Eu corri o risco de perder o voo, mas fui lá dar um abraço na minha sobrinha de 7 anos. Para minha surpresa, foi o último abraço”, narrou Rogério.
O vídeo publicado no dia 13 de julho em que o advogado conta sobre o último abraço dele com a sobrinha, que aconteceu em abril deste ano, viralizou e já conta com mais de 2 milhões e meio de visualizações. O tio da pequena Rebeca ainda explicou que, em um primeiro momento, cogitou não ir até a menina, mas que logo mudou de ideia.
“Na hora de ir embora, meu pai me chamou e disse: ‘Sua sobrinha Rebeca está chorando porque não conseguiu se despedir de você’. Eu disse: ‘Pois é, eu lamento, mas estou atrasado para pegar o voo’. Mas, na hora, me bateu no coração. Perder o voo é fácil; você remarca. Perder o abraço de uma pessoa que você ama pode ser mais difícil”, complementou Rogério.
Após esse encontro, ele explicou que quando retornou para Anápolis novamente, em julho, foi para o sepultamento da sobrinha.
“Não despreze um abraço, aberto de mão, um beijo de alguém que você ama. Você não sabe se de fato será o último. Pode ser que seja”, aconselhou o advogado.
Entenda o caso
Ao g1, o pai de Rebeca contou que os sintomas começaram na sexta-feira (5). Ricardo Costa e Eunice Nunes tentaram controlar a febre, mas como ela não baixava, levaram a filha para o hospital na noite de sábado (6). Segundo os pais, após ser medicada e receber soro, Rebeca recebeu alta médica e a família voltou para casa.
“A gente queria um diagnóstico médico. No hospital, a suspeita era de virose. Ela estava com uma inflamação de sinusite e faringite”, disse. Rebeca morreu enquanto dormia no dia 7 de julho, em Anápolis. Desesperados, os pais ainda levaram Rebeca para o hospital novamente para tentar reanimá-la, mas a menina já estava morta. O SVO foi chamado e levou o corpo de Rebeca. Ao g1, o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) informou que coletou o material para investigar a morte e confirmou a suspeita de meningite.
“O laudo ainda não saiu, mas o médico legista nos explicou que a suspeita é de meningite”, detalhou o pai.
O pai de Rebeca contou que a menina estava com as vacinas em dia, inclusive as doses contra meningite. Segundo ele, a família pode esperar até dois meses para sair o resultado do exame com a causa da morte.
Meningite
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que revestem o cérebro. A doença pode ser transmitida por vírus ou bactérias. Entre os sintomas estão confusão mental, dor de cabeça, sensibilidade à luz, rigidez no pescoço, mal-estar, náusea e vômito.
A SES-GO informou que, para a meningite do tipo C, que tem predominado em Goiás, a vacina é a ferramenta estratégica para evitar a propagação do agente, minimizando o risco da doença. Até o momento, esse é o principal meio para conter a infecção, nas faixas etárias de crianças menores de 5 anos e adolescentes de 11 a 12 anos.
A pasta diz ainda que não é possível garantir que a letalidade esteja relacionada somente à cobertura vacinal, pois há outros fatores envolvidos, como a gravidade da doença, o atendimento assistencial, a vacina não estar disponível para todas as faixas etárias, entre outros.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde
“A Secretaria Municipal de Saúde informa que Rebeca Nunes Mota da Costa, de 7 anos, faleceu no sábado (6). O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) foi à casa da família para recolher o corpo e coletou material para determinar a causa da morte, que só poderá ser confirmada após avaliação técnica.”
Nota da SES/GO
“A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informa que foi notificada do caso pela Gerência de Vigilância Epidemiológica de Anápolis, foram colhidas amostras que estão em análise no Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) e o caso segue em investigação.”
