No Reino Unido
, nasceu o primeiro bebê
com o DNA
de três pessoas, a partir de um tratamento de doação mitocondrial (TDM), aprovado em 2015 no país, que é pioneiro na regulamentação do procedimento.
A Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia britânica (HFEA, da sigla em inglês) informou que 32 pacientes, até o momento, receberam o aval para realizar o tratamento.
Esse tipo de procedimento é destinado a mulheres que tenham alto risco de transmitir uma doença mitocondrial.
Por meio do tratamento, elas podem ter filhos biológicos sem passar a condição para os bebês.
No Reino Unido,
podem realizar o procedimento somente os indivíduos com formas graves do quadro, após passar por uma análise e aprovação da HFEA.
O procedimento
Para realizar o tratamento
, os médicos utilizam as mitocôndrias
de um óvulo
de uma doadora saudável para substituir a parte que carrega mutações danosas do gameta da mãe. Nos dois métodos aprovados no país, o material da doadora corresponde a menos de 1% da genética final da criança,
dessa forma, ela não tem qualquer direito legal sobre o bebê
e deve seguir anônima.
“Em ambas as técnicas, os embriões
são criados usando seu material genético nuclear (os genes que fazem de você quem você é) e mitocôndrias saudáveis doadas”, afirma a HFEA.
A clínica de Newcastle se tornou o primeiro centro licenciado para realizar o tratamento em 2018, quando mais de 30 aprovações já haviam sido concedidas. Nenhum nascimento, porém, havia sido divulgado por meio do método, mas, após ser questionada pelo jornal The Guardian
, a HFEA confirmou que o primeiro bebê havia nascido.
A empresa também afirmou que, até abril deste ano, foi registrado um total “inferior a cinco”, mas não forneceu mais dados, dizendo que isso “poderia levar à identificação de uma pessoa a quem o HFEA deve o dever de confidencialidade”.
Regulamentação
Apesar de o Reino Unido ter sido o primeiro país a regulamentar a prática, o primeiro nascimento por meio do procedimento do TDM no mundo foi registrado no México, divulgado em 27 de setembro de 2016.
A equipe do cientista norte-americano John Zhang, da clínica de fertilidade New Hope, realizou o procedimento em Nova York, nos Estados Unidos, e criou cinco embriões, mas somente um se desenvolveu normalmente.
À época, ele enviou o embrião ao México, onde foi inserido no útero da mãe, que tinha genes para Síndrome de Leigh, doença mitocondrial considerada fatal. A criança nasceu meses antes do anúncio e sem a doença.
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