A Organização Mundial de Saúde ( OMS
) declarou, nesta quarta-feira (14), emergência sanitária global
devido ao aumento nos casos de M
pox
, doença conhecida anteriormente como ‘ varíola dos macacos
‘
. Esta é a primeira emergência de saúde pública global declarada pela OMS desde o fim da pandemia de Covid-19.
O alerta diante do aumento de casos
surgiu na última semana, uma vez que a variante atual do vírus é até 10 vezes mais letal em comparação à cepa que causou o surto global em 2022. Diante desse cenário, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou uma reunião de emergência na sede da entidade, em Genebra. Segundo ele, os casos aumentaram “de forma preocupante” no ano passado.
O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) já havia anunciado uma “emergência de saúde pública” devido à proliferação do vírus no continente, onde foram confirmados 15 mil casos e 461 mortes só neste ano.
Agora, a preocupação se estende a outras localidades, uma vez que o vírus foi identificado em 13 países e diagnosticado em mais de 100 mil pessoas. No Brasil, há cerca de 40 a 50 novos casos de Mpox por mês
, número visto como “bastante modesto, embora não desprezível” pelo Ministério da Saúde.
A esperança da OMS é que a declaração mobilize recursos internacionais para agilizar e ampliar a produção de vacinas, de forma a impedir que o surto se espalhe ainda mais.
“Está claro que uma resposta coordenada internacional é essencial para interromper esse surto e salvar vidas”, disse Tedros.
Cepa 10 vezes mais letal
O vírus Mpox possui duas principais cepas: o Clado 1, associado à África Central, e o Clado 2, ligado à África Ocidental. O surto global de 2022 foi causado pelo Clado 2, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%, enquanto o Clado 1 é significativamente mais letal, com uma taxa de mortalidade de aproximadamente 10%. A cepa atual é uma nova ramificação do Clado 1, denominada Clado 1b.
A transmissão do vírus ocorre via contato físico com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais.
Em 2022, o surto global foi impulsionado pela transmissão sexual, e há evidências que indicam que a nova cepa também está se propagando dessa maneira. Richard Hatchett, da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), alertou para o risco de uma disseminação global, comparando a situação à transmissão do HIV.
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