O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (16) que as pessoas ligadas ao agronegócio nunca tiveram um Plano Safra como o do governo dele e, em seguida, questionou o motivo de o setor estar reclamando dos recursos liberados ao segmento.
“O agronegócio está reclamando do quê? Porque a verdade é o seguinte: nunca antes na história do Brasil o agronegócio teve o Plano Safra que teve no nosso governo”, questionou Lula.
“Eu duvido eles mostrarem que, em algum momento, alguém tratou eles com a decência e o respeito que nós tratamos, eu e a Dilma [Rousseff]. E nunca pedimos um favor, e não vou pedir. Eles que falem o que quiser, façam o que quiser. Eu ajudo porque a agricultura é importante para esse país e para o mundo”, prosseguiu o presidente.
O Plano Safra foi lançado pelo governo no mês passado. O objetivo é estimular a produção agropecuária por meio de empréstimos a juros mais baixos.
O plano também terá juros especiais para agricultores que adotarem comprovadamente práticas ambientais sustentáveis.
As cheias históricas no Rio Grande do Sul fizeram, por exemplo, com que o governo decidisse zerar a taxa de importação de arroz e comprar o cereal de outros países, já que o estado detém 70% da produção do grão no país e enfrenta dificuldades para escoar a produção, além de perdas na lavoura.
‘Insuficiente”
Esta não é a primeira vez que Lula diz que o setor reclama de falta de recursos. Ele tem feito críticas reiteradas ao segmento, dizendo que o agro sempre diz que o dinheiro é “insuficiente”.
“Todo mundo sabe, sou presidente dos banqueiros que não gostam de mim, dos empresários que não querem gostar de mim, do agro que não querem gostar de mim, mas esse ano receberam R$ 475 milhões de financiamento, coisas que nunca tiveram na vida, nem quando teve fazendeiro na presidência”, afirmou Lula.
As declarações de Lula foram dadas durante um evento de entrega de casas no Rio Grande do Sul.
Entre os beneficiados estão afetados pelas enchentes do início do ano. Mais cedo, ele falou sobre as ações de reconstrução em uma entrevista à Rádio Gaúcha.