segunda-feira, 25 novembro 2024
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Como a raiva (hidrofobia) afeta o corpo humano?

Da Redação Avance News

A raiva, também conhecida como hidrofobia, é uma das doenças mais temidas no mundo, tanto pela sua alta taxa de mortalidade quanto pelos efeitos devastadores que provoca no corpo humano. Transmitida principalmente pela mordida de animais infectados, como cães, morcegos e gatos, a raiva é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso central, levando a sintomas neurológicos graves e, na maioria dos casos, à morte se não tratada a tempo.

Agora, explicaremos em detalhes o que é a raiva, como ela afeta o corpo humano e por que é fundamental a prevenção por meio da vacinação.

O que é raiva (hidrofobia)?

A raiva é uma doença viral infecciosa que afeta mamíferos, incluindo seres humanos. O termo “hidrofobia” é utilizado em alguns casos devido ao sintoma característico da doença em estágios avançados, onde o paciente desenvolve uma aversão à água. O vírus responsável pela raiva pertence ao gênero Lyssavirus e é transmitido principalmente pela saliva de animais infectados, geralmente por meio de mordidas.

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Ao entrar no corpo, o vírus da raiva se multiplica inicialmente no tecido muscular próximo ao local da mordida e depois se move para o sistema nervoso periférico, utilizando os nervos para viajar até o cérebro. O tempo entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos sintomas (período de incubação) pode variar de dias a meses, dependendo da localização da mordida e da proximidade do cérebro.

Apesar de ser uma doença quase sempre fatal após o início dos sintomas, a raiva é completamente prevenível se o tratamento for iniciado imediatamente após a exposição ao vírus. No entanto, uma vez que a doença progride para o estágio sintomático, o tratamento se torna ineficaz na maioria dos casos.

O vírus da raiva (Imagem: SuperInteressante/Reprodução)

Como a raiva afeta o corpo humano?

Quando o vírus da raiva atinge o sistema nervoso central, ele desencadeia uma série de eventos patológicos que afetam o corpo humano de maneiras devastadoras.

Fase de incubação

Após a exposição ao vírus da raiva, a doença passa por uma fase de incubação silenciosa, que pode durar de algumas semanas até vários meses. Durante esse período, o vírus se replica no tecido muscular perto do local da mordida e gradualmente viaja pelos nervos periféricos em direção ao cérebro. O paciente não apresenta sintomas durante essa fase, tornando o diagnóstico difícil antes do aparecimento dos sinais clínicos.

Fase prodromal

A fase prodromal é o estágio inicial dos sintomas, que dura entre 2 e 10 dias. Os primeiros sinais da raiva são inespecíficos e podem se assemelhar a sintomas comuns de gripe, como febre, dor de cabeça, fadiga e mal-estar geral. Além disso, pode haver dor ou formigamento no local da mordida, o que muitas vezes é um sinal de que o vírus começou a afetar os nervos.

Durante essa fase, o vírus continua a se espalhar pelo sistema nervoso central, avançando em direção ao cérebro. Apesar de os sintomas ainda serem leves, o quadro se agrava rapidamente à medida que o vírus progride.

Imagem: Hospital São Matheus/Reprodução

Fase neurológica aguda

Após a fase prodromal, a raiva entra em sua fase neurológica aguda, que é o estágio mais grave e aterrorizante da doença. Essa fase é caracterizada por uma série de sintomas neurológicos severos, incluindo:

  • Encefalite: A inflamação do cérebro é uma das principais características da raiva, levando a sintomas como confusão mental, desorientação, alucinações, convulsões e paralisia. A encefalite também causa extrema agitação, comportamento violento e episódios de hiperatividade.
  • Espasmos musculares: O paciente começa a apresentar espasmos musculares involuntários, especialmente na garganta e nos músculos respiratórios. Esses espasmos podem ser desencadeados por tentativas de engolir líquidos, resultando na característica aversão à água (hidrofobia). Esse sintoma ocorre devido à disfunção neurológica que impede o controle adequado dos músculos da deglutição.
  • Hipersalivação: O vírus da raiva estimula as glândulas salivares, levando à produção excessiva de saliva. Isso ocorre porque o vírus precisa se replicar nas glândulas salivares para facilitar a transmissão para outros hospedeiros por meio da mordida. A dificuldade em engolir devido aos espasmos musculares faz com que a saliva se acumule, resultando em um sintoma característico da doença.
  • Hiperatividade e paranoia: Durante a fase neurológica, os pacientes podem apresentar comportamento agitado, paranoia extrema e alucinações. Essas manifestações resultam da invasão do cérebro pelo vírus, que altera as funções cerebrais normais e causa inflamação severa.
  • Paralisia: Em alguns casos, a raiva pode causar paralisia generalizada. Isso ocorre quando o vírus afeta os nervos motores, que controlam os movimentos musculares. A paralisia geralmente começa nas extremidades e pode se espalhar para o restante do corpo, dificultando a respiração e outras funções essenciais.

Fase de coma e morte

Se a doença não for tratada durante as fases iniciais, ela progride para a fase final, que envolve coma e morte. O paciente geralmente entra em coma dentro de uma a duas semanas após o início dos sintomas neurológicos agudos. A morte geralmente ocorre devido à falência respiratória, quando os músculos responsáveis pela respiração param de funcionar devido à paralisia.

Sem tratamento imediato após a exposição ao vírus, a raiva tem uma taxa de mortalidade de quase 100%. Essa é uma das razões pelas quais a prevenção é tão importante. O tratamento consiste em uma série de vacinas antirrábicas que devem ser administradas o mais rápido possível após a exposição ao vírus. Em alguns casos, também pode ser necessário administrar imunoglobulina antirrábica para neutralizar o vírus.

Prevenção da raiva

Dada a gravidade da raiva e sua alta taxa de mortalidade, a prevenção é a melhor estratégia para evitar a doença. A vacinação de animais domésticos, como cães e gatos, é uma medida essencial para controlar a disseminação do vírus. Além disso, é recomendável evitar contato com animais selvagens, especialmente aqueles que exibem comportamento anormal, como morcegos que estão ativos durante o dia.

Para aqueles que trabalham em áreas de risco ou que viajam para regiões onde a raiva é comum, a vacinação preventiva é recomendada. A profilaxia pré-exposição consiste em uma série de vacinas administradas antes da exposição ao vírus, o que oferece proteção adicional em caso de mordida.

Em casos de exposição ao vírus, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Isso inclui a limpeza imediata da ferida com água e sabão, seguida pela administração de vacinas antirrábicas e, se necessário, imunoglobulina. A rapidez no tratamento é crucial para impedir que o vírus alcance o sistema nervoso central.

Imagem: Dra. Keilla Freitas

A raiva (hidrofobia) é uma doença devastadora que afeta o corpo humano de maneira extremamente agressiva. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando a uma série de sintomas neurológicos graves, incluindo espasmos musculares, hidrofobia, encefalite e, eventualmente, morte. Apesar de ser quase sempre fatal após o início dos sintomas, a raiva é completamente evitável por meio da vacinação e do tratamento rápido após a exposição.

A prevenção continua sendo a chave para controlar a raiva, e a vacinação de animais domésticos, bem como a conscientização sobre os riscos de contato com animais selvagens, são as principais estratégias para evitar a disseminação dessa doença mortal.



Fonte: Olhar Digital

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