domingo, 24 novembro 2024
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Padilha reconhece crescimento do Centrão nas eleições municipais, mas nega relação com pleito de 2026

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reconheceu nesta segunda-feira (7) o avanço dos candidatos de partidos que compõem o Centrão no primeiro turno das eleições deste ano, mas defendeu que não há “relação direta” entre as eleições municipais e nacionais.

A fala do ministro ocorreu após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros próximos do governo nesta manhã, no Palácio do Planalto.

Nesse domingo (6), 155 milhões de eleitores foram às urnas para decidir os próximos prefeitos e vereadores dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros.

Questionado pela imprensa sobre o balanço deste primeiro turno, o ministro negou que haja relação entre as eleições municipais e o pleito de 2026, quando serão eleitos os próximos governadores e presidente da República.

“Tentam fazer uma relação direta entre o que é o resultado da eleição municipal com a eleição nacional, que nunca existiu no Brasil. Não existe essa relação direta”, avaliou.

No entanto, a força do Centrão em mais um pleito não passou despercebida.

“Reconhecemos um crescimento de partidos que compõem o centro, que já tinham crescido em 2020, crescem agora nesta disputa municipal também e são partidos que apoiam o governo, que estão no governo”, seguiu.

O MDB foi o partido que elegeu o maior número de vereadores, mantendo uma liderança que já dura, pelo menos, 20 anos. O PP, o PSD, o União Brasil e o PL completam a lista das cinco legendas mais votadas.

Essa realidade, segundo ele, consolida uma tendência desde as eleições de 2020.

“Já tinha tido em 2020 um crescimento dos partidos de centro, de centro-direita no país nas eleições municipais, esse crescimento teve uma continuidade, um aumento de vários destes partidos, e o crescimento também importante do PT e do PSB”, ponderou.

Mas, segundo Padilha, a avaliação do governo federal é que o resultado desta primeira fase das eleições de 2024 foi positivo, após o crescimento do PT com o uso das federações partidárias para os cargos de prefeito.

O partido foi o único que, ao lado do PCdoB e do PV na integra a Federação Brasil Esperança, elegeu mais prefeitos desta vez do que há quatro anos: passou de 179 para 248.

‘Frente ampla’

Durante a fala, o ministro destacou a “frente ampla” do governo, que inclui partidos de direita com bom desempenho nesta eleição municipal.

Esses partidos, contudo, também têm candidatos que se posicionam como adversários do PT e que buscaram apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre os destaques, Padilha frisou a reeleição de Eduardo Paes (PSD) na cidade do Rio de Janeiro, que derrotou Eduardo Ramagem (PL), candidato apoiado pelo antecessor de Lula.

Ele também citou, entre os exemplos de vitórias de aliados de Lula, a reeleição de João Campos (PSB) em Recife, que concorreu com Gilson Machado (PL), ex-ministro também de Bolsonaro.

Segundo turno

Apesar das críticas sobre uma presença “apagada” do presidente, Padilha afirmou que Lula mantém a disposição de apoiar candidatos no segundo turno em cidades como São Paulo (Guilherme Boulos-PSOL), Belém (Igor Normando-MDB), Fortaleza (Evandro Leitão-PT) e Belo Horizonte (Fuad Noman-PSD).

O ministro reconheceu a “força” do grupo de Bolsonaro, mas declarou que os candidatos apoiados pelo governo têm boas condições nas disputas de segundo turno.

“Sabemos da força dessa extrema-direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora, acreditamos que, no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar, inclusive, essas lideranças de extrema-direita”, disse Padilha.
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