O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, avalia que o grande número de investimentos do governo federal nos municípios brasileiros e uma “onda do crescimento econômico” contribuiu para a alta taxa de reeleição de prefeitos nas eleições deste ano.
“Principal injeção foi esse fortalecimento dos municípios feito pelo governo e de forma correta. Se você fortalece as cidades tem mais investimento na ponta, mais possibilidade de ações na área da saúde e da educação. Foram mais de R$ 67 bilhões de emendas parlamentares. E foram R$ 50 bilhões de calotes que [o ex-presidente] Bolsonaro deixou que foram pagos. De fato, os municípios estavam mais fortalecidos e os prefeitos se aproveitaram desse momento de recuperação econômica, de redução de desemprego e de mais recursos”, avaliou.
Segundo ele, a taxa de reeleição foi 82%, “20 pontos percentuais maior do que a maior até então que foi 2020, que foi de mais de 60%”.
“Houve um ambiente favorável a reeleição e por isso você tem uma configuração partidária que fortalece o que se tinha em 2020. Apesar do PT ter sido o terceiro partido que mais cresceu em prefeituras e ter aumentado 76% o número da população governada, é menos do que esses partidos que já estavam no poder em 2020 e que cresceram por conta dessa onda que aproveita o bom momento político de recuperação.”
O ministro diz não se preocupar com o resultado das eleições municipais influenciarem o resultado das eleições presidenciais de 2026. O PT teve o pior desempenho eleitoral de sua história em SP, vencendo em quatro cidades paulistas: Mauá, Matão, Santa Lúcia e Lucianópolis.
Segundo Padilha, são muito diferentes. “Em 2026, o que vai ser avaliado é o desempenho do governo Lula e eu tenho confiança. O fato de partidos estarem em palanques diferentes em 2020 não impediram de apoiar Lula em 2022.”
Contudo, Padilha reconhece que o PT precisa realizar uma avaliação para “arrumar a casa”.
“Um dos desafios é analisar muito bem o resultado eleitoral em São Paulo. Tivemos candidaturas importantes nas cidades do estado, mas a questão chave é: por que um segmento de trabalhadores não se sentiram representados por candidaturas apresentadas pelo PT de São Paulo? Precisamos analisar isso para arrumar a casa.”