A eliminação nas quartas de final na Copa do Mundo FIFA de 2022 já vai render ao Brasil uma espera de, no mínimo 24 anos por uma nova taça. O que iguala o maior jejum vivido pela equipe desde a conquista de seu primeiro título em 1958, 1962 de 1970 a 1994, foram também cinco edições vendo a taça erguida à distância.
Neste sábado (25), a Seleção inicia o ciclo rumo ao Mundial de 2026 contra Marrocos, uma das sensações do Qatar 2022. Um primeiro jogo que dificilmente poderia ser mais desafiador, ainda mais quando levamos em conta que o tempo será dirigido pelo técnico interno Ramon Menezes, recém-coroado campeão sul-americano sub-20.
Enquanto a CBF avalia diversos nomes brasileiros e estrangeiros para a sucessão de Tite – que já havia anunciado que deixaria o cargo, independentemente se campeão mundial ou não –, o grupo reunido em Tânger tenta dar as primeiras respostas para as dúvidas essenciais que cercam qualquer grande seleção após um Mundial. Principalmente depois de mais uma derrota para um rival europeu na fase das quartas de final: esse foi o resultado para o time “canarinho” em três das últimas quatro Copas.
Será que a Seleção precisa de uma reforma geral? Ou bastam alguns retoques?
Dois dos remanescentes do Qatar 2022 na convocação de Ramon, Richarlison e Casemiro acreditam mais na segunda proposta, lembrando já que a equipe de Tite eliminada pelos croatas já era recheada de jovens talentos.
“Temos jogadores jovens que já são o presente. Você fala de Antony, Vini Júnior, Rodrygo, Militão… Ou até mesmo, um pouquinho mais velho, tem o Guimarães que é um jogadoraço. Tem o Gabriel Jesus que já não é tão jovem, mas tem uma idade pra jogar mais duas Copas”, relembra, de primeira, Casemiro.
“[Envolver jogadores ainda mais] Jovens é difícil falar. Se for bem jovem.”
Ainda assim, nesse primeiro passo, Ramon Menezes prevaleceu ousar ao seu modo. Numa lista original de 23 convocados, 11 jogaram a última Copa. Com a baixa de Richarlison e Marquinhos, a contagem caiu para 10, já que apenas um dos substitutos estava no Catar: o zagueiro Bremer.
Desse modo, o centroavante Yuri Alberto, do Corinthians, se junta a outros oito atletas que estão em atividade no futebol brasileiro. O destaque fica por conta da dupla que foi bicampeã da Libertadores pelo Palmeiras: o meia Raphael Veiga e o atacante Rony, já mais rodados, mas que partem para sua estreia com a “Amarelinha”.
Se isso já não seria um forte sopro de novidade no tempo, Ramon ainda confiou em cindo dos atletas que foram campeões continentais sub-20 sob sua orientação em março: o goleiro Mycael e o centroavante Vitor Roque, do Athletico, o lateral Arthur, do América – MG, o zagueiro Robert Renan, do Zenit-RUS, e a sensacional volante Andrey, do Vasco.
“Todo dia surge um ótimo jogador no Brasil. [Então a troca de peças] É uma situação normal e natural. A convocação que nós fizemos mostra um pouquinho disso aí. O time é jovem, uma média de idade de 24 anos.”
“Foi feita uma leitura de 55 atletas aí para chegar aos 23. Uma dificuldade muito grande, pois são todos atletas com muita qualidade. Nós estamos trazendo aí 11 atletas que participaram da Copa para dar essa sustentação.”
É cedo para fazer qualquer previsão sobre o futuro dos jogadores em que Ramon apostou. Se eles estarão na próxima lista da Seleção ou, principalmente, na Copa de 2026.
Talento não falta para uma convocação brasileira – isso nunca vai ser um problema. A questão agora é encontrar a fórmula que os leva em direção à taça que todos os seus torcedores enfrentaram de quatro em quatro anos.