O Ministério da Agricultura e Pecuária ( Mapa ) realizou a apreensão de 10.500 kg de arroz – equivalente a 2.119 pacotes de 5 kg – em uma rede de supermercados em Araraquara , São Paulo . As informações são do g1.
A ação ocorreu em 28 de outubro, após a verificação que o produto estava sendo vendido como arroz “tipo 1”, quando na verdade correspondia ao tipo 3, que possui características de qualidade inferior.
A embalagem do arroz, segundo o Mapa , foi feita por uma empresa com sede no Rio Grande do Sul , identificada como responsável pela irregularidade. Contudo, o ministério não revelou o nome da marca do arroz nem da empresa que realizou a embalagem.
Os fiscais do ministério explicaram que a diferença na classificação representa uma fraude ao consumidor, que compra um produto acreditando ser de uma qualidade superior à que realmente possui.
A diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva, enfatizou a importância de transparência para o consumidor:
“Ele tem o direito de saber qual o produto que está comprando. Além disso, ele acaba perdendo dinheiro, já que o arroz tipo 1 costuma ser mais caro que o tipo 3”, enfatiza.
Entenda os tipos de arroz
Para esclarecer o impacto da fraude, é importante compreender a classificação do arroz. Existem dois grupos principais do grão: o com casca, que geralmente não é vendido ao consumidor, e o beneficiado, que passa por processos de retirada de casca e outros cuidados para ser comercializado.
Após o beneficiamento, o arroz pode ser classificado em três subtipos:
Branco (polido): conhecido como agulhinha, é o mais consumido e passa por processos que retiram farelos e cascas.
Integral : mantém farelos ricos em fibras e proteínas, apenas com a casca removida.
Parboilizado : submetido a um pré-cozimento que preserva alguns nutrientes.
Dentro desses subtipos, o arroz é classificado de acordo com uma escala de tipos, de 1 a 5, dependendo da presença de grãos quebrados, impurezas e outros elementos. Quanto maior o número, maior a presença de grãos quebrados e outras características que influenciam a textura e aparência do arroz.
O valor nutricional, porém, é o mesmo para os tipos de 1 a 5. O que muda é o quanto ele vai ficar “soltinho” depois de cozido. O tipo 1 sempre vai ser melhor do que os outros nesse aspecto.
“Os grãos quebrados, por exemplo, deixam o arroz mais pegajoso e, consequentemente, menos ‘soltinho’. Como no tipo 3 há uma quantidade maior de grãos quebrados, ele vai ser menos ‘soltinho’ que o do tipo 1”, explicou Andressa Silva.
Arroz apreendido
No caso da apreensão em Araraquara, o Mapa verificou que o arroz embalado como tipo 1 possuía quase 24,5% de grãos quebrados e quirera, percentual que corresponde à classificação tipo 3, mais suscetível a ficar pegajoso e menos soltinho.
Segundo Andressa Silva, além da questão da qualidade, há um prejuízo financeiro ao consumidor, pois o tipo 1, que tem menos grãos quebrados e se comporta melhor no cozimento, costuma ser vendido a um valor mais alto.