Da Redação Avance News
Cientistas apoiados pela NASA desenvolveram um novo método para calcular como as marés afetam o interior de planetas e luas.
É importante ressaltar que o novo estudo, publicado no periódico científico The Planetary Science Journal, analisa os efeitos das marés do corpo em objetos que não têm uma estrutura interior perfeitamente esférica, o que é uma suposição da maioria dos modelos anteriores.
Marés corporais são as deformações que ocorrem em corpos celestes devido à interação gravitacional com outros objetos. Um exemplo disso é a forte gravidade de Júpiter, que exerce uma poderosa atração sobre sua lua Europa. Como a órbita de Europa não é perfeitamente circular, a intensidade dessa força gravitacional de Júpiter muda ao longo da trajetória da lua, resultando em variações na pressão exercida sobre ela.
Quando Europa está mais próxima de Júpiter, a gravidade do planeta é mais sentida. A energia dessa deformação é o que aquece o interior da lua, permitindo que um oceano de água líquida exista sob sua superfície gelada.
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“O mesmo vale para a lua de Saturno, Encélado”, diz o coautor Alexander Berne, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech) e afiliado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, em um comunicado. “Encélado tem uma concha de gelo que se espera que seja muito mais simétrica do que a de Europa”.
As marés experimentadas pelos corpos celestes podem afetar a forma como os mundos evoluem ao longo do tempo e, em casos como Europa e Encélado, sua potencial habitabilidade para a vida como conhecemos. O novo estudo fornece um meio de estimar com mais precisão como as forças de maré afetam os interiores planetários.
O artigo também discute como os resultados do estudo podem ajudar os cientistas a interpretar as observações feitas por missões a uma variedade de mundos diferentes, desde Mercúrio até a Lua e os planetas externos do Sistema Solar.