O Partido dos Trabalhadores fechou um acordo para não apresentar emendas ao texto do novo marco fiscal. Em troca, o relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), deixou o salário mínimo e o Bolsa Família de fora das regras de contenção de gastos. As informações são da repórter da CNN Tainá Farfan.
O combinado foi feito em reunião na residência oficial da Presidência da Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (15), com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No encontro, Cajado apresentou seu relatório da proposta ao ministro e a lideranças partidárias.
Todos os líderes, com exceção do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), se comprometeram a votar a favor da proposta e da urgência de votação. Cajado ainda deverá tentar conversar com a bancada do PL sobre a questão.
A ideia que saiu da reunião é de votar urgência nesta semana e o mérito na próxima, de forma a permitir que as bancadas tenham mais tempo para conhecer a proposta.
Chegou a ser ventilada a possibilidade de votar tudo no mesmo dia, mas os líderes avaliaram que seria melhor dar um pouco mais de tempo para os partidos.
Após a reunião, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, afirmou que a legenda quer um relatório que desfigure pouco a proposta do governo.
“Nossa posição é de apoio à proposta que veio do governo, e o PT não faltará ao governo. A gente quer que tenha um relatório que desfigure menos essa proposta”, afirmou Hoffmann.
Segundo Hoffmann, o acréscimo de gatilhos, contingenciamentos, responsabilidade criminal do presidente da República e a diminuição na banda das despesas são os pontos no texto que preocupam a legenda.
A presidente do PT também destacou que houve avanços no texto. Ela se mostrou otimista em relação à negociação e acredita que o texto final não deve ter muitas alterações em relação à proposta do governo.
“Todos nós estamos dispostos a que dê certo, muitas vezes o que as pessoas falam é para melhorar o projeto”, disse Hoffman.