Da Redação Avance News
Um grupo de arqueólogos descobriu uma tumba que data de 5400 anos atrás, localizada no sul da Espanha. Ela está próxima a uma montanha que parece a cabeça de um gigante adormecido, mas o que chama atenção é sua relação com o solstício de verão.
A tumba foi encontrada na cidade de Antequera, conhecida pelos seus monumentos pré-históricos feitos de grandes pedras, e a nova descoberta pode resolver um mistério sobre o alinhamento dos megalitos.
O leito rochoso do local onde está localizada a sepultura está inclinado para o nascer do Sol no solstício de verão, e a construção foi feita de forma que essa luz seja canalizada para o fundo da câmara, indicando a relação dos povos pré-hispânicos com o astro.
Eles trabalharam muito habilmente para fazer um arranjo de pedras, que foram gravadas e possivelmente pintadas. Essas eram coisas sagradas colocadas de forma que o nascer do sol no solstício [de verão] fosse direto para o fundo da câmara.
García Sanjuán, líder da descoberta, em resposta a Live Science
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Montanha de La Peña de los Enamorados
A descoberta feita em 2020 foi recentemente publicada em um artigo na revista Antiquity, e os pesquisadores também descrevem os arredores da escavação, como a montanha La Peña de los Enamorados, em português, Rocha dos Amantes, nome dado em homenagem a uma lenda sobre dois amantes que pularam do seu topo por estarem infelizes.
As escavações que revelaram a tumba foram realizadas próximas ao “pescoço do gigante”, no sopé da montanha. Dentro dela havia vários restos humanos, além de peças de cerâmicas, que foram depositadas ao longo de quase 1000 anos, conforme os arqueólogos.
O Dólmen de Menga é um dos megálitos encontrados na região de Antequera e foi construído entre 3600 a.C e 3800 a.C, de forma a estar apontado para La Peña de los Enamorados, a cerca de 6,5 quilômetros a nordeste, o que sugere que a montanha tinha um papel importante para os povos que viviam ali.
A arquitetura e posição da tumba e dos megalitos se assemelham muito com as construções pré-históricas em outros locais, como Irlanda, Suécia e Marrocos.
Todas essas estruturas megalíticas possuem um forte relação com o Sol, mesmo que elas não estivessem necessariamente ligadas ao solstício de verão. Essas semelhanças podem indicar que os povos que habitavam essas regiões provavelmente tinham crenças parecidas.
Também existem diferenças, mas um elemento comum é o sol. O sol estava no centro da visão de mundo dessas pessoas.
García Sanjuán
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