quinta-feira, 9 janeiro 2025
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Estudo detecta ‘inimigo invisível’ na água potável

Da Redação Avance News

Um novo estudo revela que produtos químicos conhecidos como PFAS (substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil), encontrados principalmente em medicamentos prescritos e outros produtos de consumo, estão contaminando a água potável de milhões de americanos.

Esses compostos, conhecidos por sua resistência à degradação, acabam sendo despejados em rios e lagos pelas estações de tratamento de águas residuais, que não conseguem removê-los adequadamente.

Isso ocorre porque as tecnologias atuais de tratamento, usadas por 70% da população dos EUA, não conseguem filtrar esses químicos, que podem retornar ao abastecimento de água potável.

O estudo feito por Bridger Ruyle, cientista de engenharia ambiental da NYU, e publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, estima que aproximadamente 23 milhões de americanos estão expostos a esses produtos químicos por meio das águas residuais.

Tecnologias atuais de tratamento de água nos EUA não conseguem filtrar todos os produtos químicos – Imagem: Ulrike Leone/Pixabay

Outras descobertas do estudo

  • Os PFAS são problemáticos porque permanecem no ambiente e no corpo humano por longos períodos, podendo causar uma série de problemas de saúde, como problemas de tireoide, infertilidade e alguns tipos de câncer.
  • Embora as pessoas sejam expostas a esses compostos de diversas maneiras, a água potável é uma das fontes mais preocupantes.
  • Quase metade da água potável nos EUA está contaminada com PFAS, e as estações de tratamento de águas residuais desempenham um papel importante nesse processo, recebendo águas contaminadas de residências e indústrias.

Apesar de a Agência de Proteção Ambiental (EPA) ter implementado regras em 2024 para reduzir as concentrações de seis PFAS na água potável, o estudo encontrou que os compostos regulamentados pela EPA representavam apenas 8% dos produtos químicos presentes nas amostras analisadas.

A maioria era composta por outros PFAS e produtos farmacêuticos. O uso de PFAS pela indústria farmacêutica é um fator adicional, já que esses compostos são difíceis de degradar, tanto no corpo humano quanto nas estações de tratamento.

As mudanças climáticas agravam a situação, já que a seca reduz a quantidade de água natural disponível para diluir os produtos químicos presentes nas águas residuais, enquanto a produção de águas residuais humanas continua.

Leia mais:

Mudanças climáticas causam impacto negativo na situação – Imagem: Imagem: Madlen/Shutterstock

Em regiões propensas à seca, a reutilização de águas residuais já se tornou uma fonte importante de água potável, tornando esses sistemas mais vulneráveis à contaminação.

Especialistas afirmam que a melhor solução seria evitar que os PFAS entrem no ambiente, em vez de confiar apenas em tecnologias de tratamento caras e avançadas.

Os especialistas recomendam que as pessoas filtrem a água da torneira para reduzir a exposição, mas a solução a longo prazo está na prevenção do uso de PFAS e na melhoria das tecnologias de tratamento de águas residuais.

A pesquisa destaca a importância de entender melhor as fontes desses compostos para reduzir sua presença no ambiente e proteger a saúde pública.



Fonte: Olhar Digital

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