Do Semana7
O prefeito de Bom Jardim de Goiás (GO), Édio Navarini (Podemos), e sua vice Jaqueline Silva são alvos de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) por suposta prática de abuso de poder econômico, movida pelo ex-chefe do Executivo municipal, William Gregório (União). Narra a acusação que, ainda no período de pré-campanha eleitoral, os investigados praticaram diversos atos ilícitos com o intuito de desequilibrar o pleito eleitoral, o que teriam contribuído para a vitória nas eleições de outubro de 2024.
Na ação, os advogados do ex-prefeito argumentam que Navarini teria arcado financeiramente com festas tradicionais na cidade. Em 2023, quando teria ‘lançado’ oficialmente sua pré-candidatura à prefeitura, Édio teria patrocinado toda a Festa em Louvor a São João Batista, a maior festividade do município. Entre os gastos estariam comidas, bebidas, shows com artistas renomados, distribuição de brindes, o que em tese, pode configurar estratégia de autopromoção, para tentar captar a simpatia do eleitorado.
Segundo a denúncia, o evento, costumeiramente, era financiado por empresários da região, abrangendo múltiplos setores da economia local. No entanto, naquele ano, verificou-se que apenas o atual prefeito, enquanto agropecuarista, seria responsável pelo aporte financeiro que custeou a festa.
Um ano depois, na edição 2024 da Festa em Louvor a São João Batista, os advogados apontam que Édio teria se apropriado de um evento religioso, transformando-o em uma espécie de promoção política, uma vez que o então pré-candidato teve auxílio de um importante líder da igreja católica, que chegou a ‘vestir a camisa’ da comitiva durante, promovendo indevidamente a figura de Navarini, de modo a pressionar socialmente os fiéis, sob o disfarce de devoção.
Outro ponto citado pelos advogados diz respeito a festa de aniversário de Édio em sua propriedade, a Fazenda Navarini; O referido evento, que foi aberto ao público contou com a disponibilização de ônibus para transporte de passageiros até a propriedade rural, tendo inclusive a apresentação nacional de dupla sertaneja, se assemelhando a showmícios, prática vedada pela legislação eleitoral, além da distribuição de bebidas e comidas para os presentes.
“Em uma cidade que raramente testemunha eventos de tal porte, a influência de um espetáculo desta natureza é significativamente ampliada, tornando-se um fator de desequilíbrio no cenário eleitoral local”.
Os advogados de Willian Gregório, apresentam outras supostas irregularidades na ação, como o uso de maquinário particular em serviço de patrolamento em via pública, distribuição de combustível para carreata não declarada na prestação de contas e descumprimento de decisão judicial referente a prática de propaganda irregular.
Por fim, a ação pede a cassação dos registros de candidaturas de Édio e Jaqueline, bem como a inelegibilidade dos agentes públicos e a fixação de multa pela Justiça Eleitoral. Caso a Justiça Eleitoral atenda o pedido da acusação, casse o mandato de Édio Navarini, Bom Jardim de Goiás poderá ter eleição suplementar a ser determinada pela Justiça Eleitoral que, neste caso, assumirá o cargo de prefeito, o presidente da Câmara de Vereadores, Dyonatann Max Ribeiro Rosa (Dioninha), que poderá inclusive disputar o pleito.