domingo, 24 novembro 2024
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Aftosa: ‘Certificado de área livre nos tornou maior exportador de carne do mundo’, diz Turra

Da Redação Avance News

“Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que essa história foi construída em parceria com o Canal Rural, o único veículo de comunicação presente para testemunhar os acontecimentos. Acredito que esse feito representa um legado para a pecuária brasileira e para o agronegócio do país como um todo. Antes desse marco, o Brasil, conhecido pela sua produção de proteína animal, especialmente carne bovina, só podia exportar carne cozida e enlatada, com acesso restrito aos mercados internacionais. A produção pecuária tinha um valor expressivo no exterior, porém era insignificante aqui dentro. Ser pecuarista significava enfrentar dificuldades”, diz o ex-ministro, que fundou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

‘Aftosa prejudicava nossa imagem’

“Tínhamos um grande sonho de ver o Brasil vendendo essa carne saborosa e deliciosa para diversos mercados do mundo. No entanto, a febre aftosa, vista como um problema de sanidade pública, prejudicava nossa imagem e limitava nossas possibilidades. Era impossível erradicar a febre aftosa no Brasil apenas com vacinação, devido ao tamanho e às características tão diversas do país. Então, propusemos a ideia de dividir o Brasil em circuitos: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Essa proposta foi aprovada e testemunhada pelo Canal Rural, e 160 países votaram a favor, com exceção do Japão, que manifestou sua oposição”, conta Francisco Turra, que atualmente preside o conselho de administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio).

Turra contou que o acordo sanitário foi assinado graças aos esforços dos técnicos do Ministério da Agricultura.

Segundo o ex-ministro, a conquista abriu portas para outras cadeias produtivas, como avicultura, suinocultura, pecuária e cadeia leiteira. “O Brasil já era o maior exportador mundial de carne de aves desde 2005, além de ser o quarto maior exportador de carne suína. No entanto, a presença no mercado internacional de carne bovina era mínima”, lembra.

“A partir desse marco, o país passou a expandir suas exportações de proteína animal, alcançando a marca de mais de US$ 3 bilhões por mês, superando a meta estabelecida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, de US$ 2 bilhões até o final de seu mandato”.

Na avaliação de Turra, a conquista demonstrou que o Brasil cumpre regras e acordos sanitários, fortalecendo sua reputação como país com condições sanitárias adequadas.

“O legado dessa conquista foi fundamental para o crescimento do setor e para o desenvolvimento da indústria de exportação de proteína animal brasileira”, afirma.

Futuro do agronegócio brasileiro

Segundo Turra, o Brasil é reconhecido como o maior exportador de proteína animal do mundo devido à sua impecável sanidade animal. Ele destacou a importância dos cuidados internos na prevenção de doenças, como a gripe aviária, e ressaltou o profissionalismo e os protocolos adotados pelos produtores brasileiros, incluindo a quarentena e o treinamento adequado.

O ex-ministro enfatizou a relevância da sanidade, sustentabilidade e qualidade dos produtos brasileiros, pois enganar o consumidor pode ser prejudicial para o país. Turra destacou o aumento da demanda internacional por proteína animal e a importância do apoio governamental ao setor agropecuário.

Ao abordar o Plano Safra, Turra ressaltou a dificuldade de recursos e o desafio de produzir mais alimentos em um cenário de taxas de juros elevadas e recursos limitados do governo. No entanto, ele apontou que há outras opções de financiamento, como fundos de investimento, que acreditam na produção brasileira.

Quanto à reforma tributária, o ex-ministro expressou preocupação com possíveis taxações excessivas ao setor agropecuário, argumentando que a agricultura é uma riqueza para o país, gerando empregos e impostos indiretos. Ele citou o exemplo negativo da Argentina, onde a taxação do setor agrícola resultou em perdas e desestímulo na produção.

Turra também abordou a importância da segurança jurídica para o setor agropecuário, mencionando o impacto negativo causado pela redução da mistura de biodiesel ao diesel, que afetou a cadeia produtiva e gerou prejuízos para as empresas do setor.

Por fim, Turra destacou os principais desafios futuros para o agro brasileiro, incluindo a infraestrutura logística, a questão tributária e a necessidade de sustentabilidade e sanidade animal. Ele ressaltou a importância de investimentos em ferrovias, hidrovias e transporte multimodal, além da busca por uma tributação adequada ao setor.

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Fonte: Canal Rural

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