Da Redação Avance News
A produção de soja no Rio Grande do Sul pode sofrer uma quebra de até 30% nesta safra, conforme dados divulgados hoje pela Emater durante o evento Expodireto Cotrijal. A feira acontece na cidade de Não-Me-Toque (RS).
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As atualizações da safra de verão, que refletiram os efeitos da estiagem, apresentaram projeções mais pessimistas para a safra de soja, milho, feijão e arroz, gerando grande preocupação entre os produtores.
De acordo com a Emater, a safra de soja no estado deve alcançar 15 milhões de toneladas, uma redução de 6 milhões de toneladas em relação à projeção inicial. Essa queda representa uma diminuição de 30% na produção.
Já o milho sofreu uma queda de 10%, somando 4,7 milhões de toneladas, enquanto o feijão teve uma redução de 40%, totalizando 67.000 toneladas. Por outro lado, o arroz apresentou um desempenho melhor, com um aumento de 1%, totalizando cerca de 8 milhões de toneladas.
Dificuldades nas lavouras de soja
A estiagem é a quarta consecutiva no estado e tem causado graves danos às lavouras. Em muitas regiões, a colheita tem sido irregular, com algumas lavouras secando antes do tempo e outras com desenvolvimento satisfatório, refletindo em rendimentos desiguais. Em várias áreas, os grãos não se desenvolveram adequadamente, e muitos produtores temem que a colheita sequer seja viável.
A situação é ainda mais dramática para aqueles que apostaram nessa safra para quitar suas dívidas. A seca prolongada, que já dura mais de 50 dias, impediu o crescimento adequado das plantas. Em algumas áreas, a soja teria morrido por completo sem a chuva que ainda apareceu, destacando a gravidade da seca que afetou diversas regiões do estado.
Além dos danos climáticos, a ausência de apoio adequado do governo federal tem gerado críticas. O setor agropecuário, responsável por 40% do PIB gaúcho, exige que o governo adote medidas urgentes, como o aporte financeiro para o Plano Safra e a renegociação das dívidas dos produtores que estão com dificuldades financeiras devido a sucessivas crises climáticas.
Especialistas do setor também destacam a importância de continuar investindo em pesquisa para desenvolver cultivares mais tolerantes ao calor e que sejam mais resistentes a períodos de estiagem. No entanto, os desafios enfrentados pelos produtores exigem mais do que apenas soluções técnicas. A pressão por medidas governamentais concretas para lidar com os impactos das secas e garantir a sustentabilidade do setor é cada vez maior.
O governo federal, conforme estipulado pela Constituição, tem a responsabilidade de apoiar os produtores em situações de crise, especialmente quando estas são causadas por fatores climáticos imprevisíveis, como secas recorrentes. A falta de ação efetiva nesta área tem gerado descontentamento entre os agricultores e aumentado as cobranças por parte das entidades do setor.