Andrelina Braz e Angélica Callejas | MidiaNews
A perícia inicial realizada na adolescente grávida E.A.S., 16 anos, assassinada no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, aponta que ela estava viva quando o bebê foi retirado de sua barriga.
“Tivemos uma conversa com a ginecologista e obstetra, e o bebê estava ótimo, o que condiz com o resultado da necropsia, que confirma que ela estava viva. Desde o início até o fim do parto, o bebê não teve privação de oxigênio. Ela morreu devido ao sangramento”, afirmou médica legista do Instituto Médico Legal (IML), Alessandra Carvalhal Mariano.
De acordo com a legista, a jovem foi mantida viva para continuar a suprir oxigênio ao bebê.
“A retirada do concepto foi realizada de forma que a mãe continuasse a suprir o concepto. A impressão e a hipótese que temos é que ela tinha que estar viva no momento em que o concepto foi retirado”, explicou.
O corpo da jovem foi encontrado enterrado no quintal de uma residência no bairro Jardim Florianópolis, na tarde de quinta-feira (13). A jovem apresentava um corte na barriga, por onde foi realizada a retirada do bebê. Segundo relato da médica legista, a perícia aponta que os cortes foram precisos.
“O golpe foi bem preciso, a lesão me diz quem é o agente, e o ferimento expõe o abdômen todo. Foram lesões precisas, preservaram camadas e não machucaram o neném”, detalhou.
Além do corte na barriga, a jovem foi enforcada com um fio de internet e sufocada com um cabo de internet na cabeça.
O diretor-geral da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Jaime Trevizan, aponta que os objetos impediram que a vítima pedisse por ajuda no momento do crime.
“Os vestígios encontrados no pescoço e na sacola indicam que a pessoa veio a óbito não pela falta de ar, e sim pela falta de sangue no corpo”, complementa o diretor.
“A sacola que foi colocada e o cabo de internet podem ter sido usados para suprimir a voz. Além de deixar a pessoa entorpecida, também impedem que ela peça socorro. É um quebra-cabeça que se fecha”.
Na noite de quinta-feira, três suspeitos de participação no crime foram ouvidos e liberados pela Polícia Civil. Nataly continua presa após assumir a autoria do crime durante depoimento.
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