sábado, 23 novembro 2024
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À CNN, Aranha defende punição coletiva em casos de racismo no futebol; veja

Diante do mais recente ataque racista da torcida espanhola contra Vinicius Jr., o futebol voltou a debater o problema em âmbito global. E a CNN procurou o ex-goleiro Aranha, vítima de um caso emblemático em 2014.

Na ocasião, ele era titular do Santos em uma partida contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, em Porto Alegre. Torcedores gremistas atacaram Aranha com gestos e palavras criminosas, flagrados pelas câmeras de transmissão.

Sete pessoas foram indiciadas por injúria racial, e o Grêmio acabou excluído da competição.

Nove anos depois, e diante dos novos casos, Aranha entende que a punição individual “tem que existir”, mas só a coletiva, aquela que puna também os clubes, pode ajudar a promover algum tipo de mudança cultural.

“É muito fácil para o racista se manifestar no Brasil, em determinados lugares, porque ele precisa de duas coisas. Primeiro, se sentir seguro que ele não vai ser agredido; depois, estar na zona de conforto dele, saber que as pessoas não vão condenar a atitude, e muitos vão até apoiar e aplaudir”, explicou Aranha.

O racista fica numa situação muito favorável para praticar o racismo. Se não tiver uma punição coletiva, o coletivo não vai vigiar, cobrar uma postura decente e respeitosa dessas pessoas

Aranha, ex-goleiro do Santos e vítima de racismo em 2014

Racismo contra Vini Jr.

Vini Jr. foi alvo de insultos racistas na derrota do Real por 1 a 0 para o Valencia no Mestalla, em Valência, pela 35ª rodada do Espanhol. A partida foi paralisada aos 27 minutos da segunda etapa. O atacante começou a discutir com torcedores enquanto outros jogadores tentavam acalmar o brasileiro.

Foi possível ouvir os gritos de “Mono” (macaco, em espanhol) por parte da torcida do Valencia. O árbitro conversou com oficiais da organização da partida e o jogo foi interrompido.

O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às “manifestações racistas”. Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.

A partir das repetidas demonstrações racistas, o jogo ficou nervoso. Vini Jr. foi provocado pelo goleiro Mamardashvili, que foi punido com o cartão amarelo. Os jogadores trocaram empurrões no campo.

No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.

O problema envolvendo a torcida espanhola não é novidade. Vinícius Júnior já foi vítima de inúmeros casos ao longo da sua trajetória pelo clube espanhol

Fonte: CNN

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