Donald Trump e Xi Jinping negociam diminuição das tarifas
Representantes dos governos dos Estados Unidos e da China encerraram neste fim de semana, em Genebra, uma rodada de negociações bilaterais com sinalizações de progresso em relação à redução de tarifas comerciais impostas desde abril.
As reuniões ocorreram entre sábado (10) e domingo (11), na residência do Representante Permanente da Suíça junto à ONU, e contaram com a presença de autoridades de alto escalão de ambos os países.
Do lado americano, participaram o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial, Jamieson Greer. A delegação chinesa foi liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng e dois vice-ministros.
Em comunicados divulgados separadamente, os dois governos confirmaram que houve avanços e concordaram em manter um canal permanente de diálogo técnico.
A tensão comercial se intensificou em abril de 2025, quando o governo dos EUA anunciou novas tarifas sobre produtos chineses, com alíquotas de até 145%.
Entre elas, medidas estabelecidas pela Seção 301 da legislação comercial americana e uma tarifa recíproca de 125%, além de taxas adicionais relacionadas à crise do fentanil.
Em resposta, a China impôs tarifas equivalentes sobre importações dos EUA. O resultado foi uma desaceleração do fluxo comercial entre os países, com efeitos nas cadeias globais de suprimento e aumento de preços ao consumidor.
A expectativa é que o comunicado conjunto previsto para 12 de maio traga mais detalhes sobre os termos discutidos e eventuais metas para a redução das tarifas.
O presidente americano, Donald Trump, afirmou que considera aceitável um patamar de até 80% nas tarifas de determinados bens chineses, enquanto o governo chinês defende que as negociações respeitem os princípios de soberania e reciprocidade.
A escolha da Suíça como sede das reuniões se deve ao seu histórico de neutralidade diplomática. A ministra suíça Karin Keller-Sutter confirmou que o país atuou como facilitador logístico, sem participação direta nas discussões.
A balança comercial entre EUA e China registrou déficit americano de US$ 295 bilhões em 2024. A próxima rodada de negociações ainda não tem data definida.