Chocolate
Com mais de 4 mil unidades em operação, a Cacau Show é há anos sinônimo de sucesso no setor de franquias de chocolate no Brasil. No entanto, as recentes denúncias feitas por ex-funcionários e franqueados — que apontam práticas de controle rígido e retaliações internas — acenderam um alerta no mercado.
Enquanto a empresa enfrenta essa crise de imagem, outras marcas do setor ganham visibilidade e atraem o interesse de investidores em busca de alternativas viáveis e sustentáveis.
Em entrevista ao Portal iG, Natan Baril , diretor jurídico da Associação Brasileira de Franchising(ABF), disse que, apesar de o franchising ser um modelo maduro e bem-sucedido, “exige planejamento, acompanhamento constante e atenção aos riscos — como qualquer outro modelo de negócio” .
Com o consumo de chocolate em constante crescimento no Brasil, o setor alimentício consolida-se como um dos mais promissores no franchising, segundo dados do Instituto Kantar e da Abicab. Nesse contexto, franquias menores e especializadas surgem como opções atraentes para empreendedores que buscam propósito e lucratividade. A seguir, descubra quatro redes que estão ganhando destaque no gosto – e no mercado – dos brasileiros.
1. Havanna – Alfajor de tradição e visão de futuro
Fundada em 1947 na Argentina, a Havanna desembarcou no Brasil em 2006 com seus famosos alfajores, mas logo expandiu sua oferta com chocolates finos, cafés especiais e um conceito que mistura cafeteria e loja de conveniência.
Destaque do modelo: identidade forte, operação compacta e consumidores fiéis. A marca apresenta um retorno do investimento estimado entre 18 e 36 meses.
2. Kopenhagen – Luxo brasileiro que atravessa gerações
Desde 1928, a Kopenhagen é referência em chocolates premium no Brasil. A marca, hoje parte do grupo CRM, mantém sua posição de destaque ao unir tradição, inovação e um modelo de franquia sólido.
Destaque do modelo: alta aceitação de mercado, opções variadas de formatos (quiosques a lojas completas) e retorno previsto entre 24 e 36 meses.
3. Brasil Cacau – Chocolate de qualidade a preço justo
Criada como alternativa popular à Kopenhagen, a Brasil Cacau alia qualidade e acessibilidade. A rede é ideal para espaços como shoppings, estações e centros comerciais, com unidades compactas e de fácil gestão.
Destaque do modelo: custo reduzido, apoio constante da franqueadora e retorno estimado entre 18 e 24 meses.
4. Lugano – Direto de Gramado para todo o Brasil
Nascida em Gramado (RS) em 1976, a Lugano é reconhecida por seu chocolate artesanal e pelo apelo turístico. A marca aposta na experiência do consumidor, com espaços que integram loja e cafeteria.
Destaque do modelo: ligação com destinos turísticos e expansão acelerada. O investimento inicial parte de R$ 170 mil, com retorno entre 18 e 30 meses.
Chocolate é mais que doce: é negócio em expansão
O consumo de chocolate no Brasil segue firme, mesmo diante de incertezas econômicas. Dados recentes da Abicab indicam crescimento no consumo per capita, o que reforça o potencial do setor para novos investidores.
Mas não basta gostar de chocolate: empreender nesse nicho exige estratégia, estudo de mercado e alinhamento com o perfil da marca. Como reforça Natan Baril, “o setor de franchising é responsável por mais de 2% do PIB brasileiro e emprega milhões de pessoas. Trata-se de um mercado sólido, pujante e economicamente relevante” .
Ele também destaca que “a ABF orienta todos os candidatos a franqueados que façam uma leitura atenta da Circular de Oferta de Franquia” , documento que permite “avaliar o negócio com segurança e reduzir riscos antes da assinatura do contrato” .
Com modelos acessíveis, identidade bem definida e bom suporte operacional, essas franquias surgem como alternativas promissoras — e mostram que o mercado tem espaço para muito mais do que gigantes já consolidadas.