Após se reunir por mais de duas horas com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, em nota, que houve “reconhecimento mútuo de que a taxa de juros no Brasil está muito alta” e disse que o Senado dará a “celeridade devida” ao novo marco fiscal a ser apresentado pelo governo federal.
Lula e Pacheco se reuniram no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em Brasília, na noite desta terça-feira (28). O encontro contou ainda com a presença de líderes governistas do Congresso e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Reuni-me, nesta terça-feira, por mais de duas horas, com o presidente Lula. Na conversa, tratamos da tramitação das medidas provisórias e disse ao presidente que estamos trabalhando no encaminhamento da busca de um consenso. Também ressaltei ao presidente Lula que daremos celeridade devida ao arcabouço fiscal. Dentro disso, houve o reconhecimento mútuo de que a taxa de juros no Brasil está muito alta e afirmei ao presidente a importância de encontrarmos caminhos sustentáveis para a redução da taxa o mais rápido possível.”
“Outro ponto da conversa foi em relação à regulação das redes sociais e de plataformas da internet, tema que será discutido pelo Congresso e que precisará do apoio do governo. Por fim, o presidente Lula renovou o convite para que eu integre a comitiva que irá à China, diante de uma nova perspectiva da visita ao país asiático”, diz a nota de Pacheco.
A taxa básica de juros em 13,75% ao ano tem sido motivo recorrente de críticas de integrantes do governo, inclusive de Lula, e de parte de parlamentares. No comunicado, Pacheco afirmou a Lula sobre a “importância de encontrarmos caminhos sustentáveis para a redução da taxa o mais rápido possível”.
Uma das expectativas de ala dos congressistas é que a reforma tributária e o novo marco fiscal ajudem a pavimentar esse caminho para um desenvolvimento fiscal mais sustentável. No entanto, ambas as matérias ainda não têm previsão de data concreta para serem votadas no Congresso.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reunião conclusiva sobre o novo marco fiscal será nesta quarta-feira (29). A apresentação ao público e ao Congresso Nacional será ainda nesta semana, afirmou.
Segundo Pacheco, os senadores darão a “celeridade devida ao arcabouço fiscal”.
Outro tema importante tratado na reunião entre Lula e Pacheco foi sobre a tramitação das Medidas Provisórias no Parlamento, que sofre um impasse de semanas.
Pela manhã, Pacheco se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o mesmo assunto. Na nota divulgada após o encontro com Lula, Pacheco relatou apenas que “disse ao presidente que estamos trabalhando no encaminhamento da busca de um consenso”.
Integrantes da gestão petista estão preocupados com o impasse instalado sobre o rito das MPs, porque o prazo da tramitação dos textos está correndo. As MPs têm que ser aprovadas em até 120 dias pelo Congresso. Caso contrário, perdem a validade e o efeito.
Outro ponto tratado, segundo Pacheco, foi a regulação das redes sociais e plataformas da internet, tema que “precisará do apoio do governo”.
O presidente do Senado acrescentou ainda que Lula renovou o convite para que ele integre a comitiva presidencial à China, quando a visita oficial for remarcada. A viagem prevista para essa semana foi cancelada por causa de uma pneumonia de Lula.
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