Durante o processo de emagrecimento, é comum as pessoas se questionarem sobre a influência do metabolismo na perda de peso, já que ele está relacionado à composição corporal. Mas o que isso quer dizer? Em outras palavras, esse conjunto de transformações do organismo está associado à quantidade de gordura e de músculo do corpo e, quando não tratado de forma adequada, pode tornar-se lento e reduzir a perda de peso.
Para evitar esse problema, compreender o que é o metabolismo e como a alimentação afeta o modo como o seu corpo queima calorias é essencial. A seguir, confira os motivos que tornam o metabolismo lento e o que fazer para acelerá-lo!
O que é o metabolismo?
O metabolismo engloba todo o trabalho realizado pelas células do nosso corpo. A maior parte desse trabalho compreende a
movimentação de moléculas
para dentro e para fora das nossas células e a transformação delas em hormônios, enzimas, neurotransmissores e até mesmo no nosso DNA.
Através das reações bioquímicas que ocorrem no nosso organismo, conseguimos transformar essas moléculas (que adquirimos da alimentação) em substâncias que exercem efeito sobre o funcionamento do corpo. Para que essas transformações ocorram, precisamos de energia, que é chamada caloria. Isso é o que conhecemos como metabolismo: o conjunto de reações que o organismo faz para se manter vivo.
Impacto do metabolismo lento
A velocidade com a qual as suas células realizam esse trabalho determina a sua taxa metabólica – a caloria usada por minuto. O metabolismo lento é o termo utilizado quando existe lentidão no uso das calorias consumidas, o que pode resultar, como consequência, no armazenamento de gordura pelo corpo, uma vez que, nesse cenário, o corpo armazenará mais energia do que gasta.
Como acelerar o metabolismo?
Quando falamos em acelerar o metabolismo, isso seria aumentar a velocidade com que as reações do nosso corpo ocorrem. Esse aumento, teoricamente, levaria a um maior gasto de energia. No entanto, ele precisa ser significativo para que o
emagrecimento
ocorra.
Além disso, o aumento deve ser mantido, com constância, por um longo período para ter relevância em sua composição corporal. Podemos lançar mão de algumas estratégias para acelerar o metabolismo, e aqui sempre temos que considerar a individualidade e o que temos de evidência científica sobre o assunto.
Influência da alimentação
Quanto aos alimentos, aqueles ricos em cafeína (café, chá-verde e suas derivações), a canela e as pimentas apresentam a capacidade teórica de aumentar o metabolismo. Mas, com o tempo de consumo, os efeitos são combatidos pelo próprio corpo que busca manter o equilíbrio energético entre o que comemos e o que gastamos.
Já as proteínas podem ser boas aliadas, visto que consomem mais energia (caloria) do nosso corpo para serem digeridas quando comparadas aos carboidratos, sobretudo os carboidratos simples (farinha branca e o açúcar que estão presentes em massas e em biscoitos, por exemplo).
Ainda, o impacto do consumo proteico está também relacionado ao fato de favorecer o aumento da massa muscular. O músculo é um tecido ativo que demanda energia para ser mantido e, por isso, aumenta a nossa taxa metabólica basal.
O ideal em relação à alimentação é entender como o seu corpo responde às diferentes combinações de macronutrientes ao longo do dia, pois é dessa forma que o seu metabolismo será capaz de funcionar da melhor maneira possível.
Importância da água e dos exercícios
musculares
A água é fundamental para o funcionamento do organismo. Um dos papéis dela é levar os
nutrientes
até as células e ajudar a eliminar substâncias do corpo por meio da urina e do suor. A água também participa da digestão dos alimentos, desde a saliva até os sucos digestivos, quebrando os alimentos em partículas que o organismo consegue absorver. A quantidade ideal de água a ser consumida por dia varia de pessoa para pessoa e deve ser indicada de forma individualizada.
Quanto aos exercícios, o aumento da massa muscular eleva o gasto calórico total do corpo, ou seja, quanto mais músculo, maior a taxa metabólica. Realizar exercícios de resistência muscular com regularidade é o mais indicado.
Consequências do sono desregulado
Quando temos um sono de má qualidade, isso pode levar a desequilíbrios hormonais que afetam diretamente o metabolismo. A privação do sono está associada a alterações nos níveis de dois hormônios importantes para o controle do apetite: a grelina e a leptina. A grelina é responsável por estimular a fome, enquanto a leptina é responsável por promover a sensação de saciedade. Quando não dormimos o suficiente, os níveis de grelina aumentam, o que pode nos deixar com mais fome, e os níveis de leptina diminuem, o que pode nos fazer sentir menos satisfeitos com a comida que ingerimos.
Ademais, a falta de sono também pode afetar a regulação da glicemia e a sensibilidade à insulina. Estudos têm demonstrado que a
privação crônica de sono
está associada ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. Por outro lado, um sono de qualidade pode ajudar a acelerar o metabolismo. Durante o sono, ocorrem processos de reparação e de regeneração celular, liberação de hormônios do crescimento e a síntese proteica. Esses processos contribuem para a manutenção de um metabolismo saudável.
Por Eduardo Rauen
Médico nutrólogo formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e é cofundador da Healthtech Liti Saúde (empresa que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil).