segunda-feira, 25 novembro 2024
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Clima quente vai mexer na qualidade das frutas de inverno

Da Redação Avance News

Os invernos quentes estão reduzindo a acumulação de frio (também chamada de unidades de frio ou horas de frio), algo que é crucial para a produção de certas culturas de frutas temperadas como maçãs, frutas de caroço (como pêssegos, ameixas e cerejas) e uvas. 

Essas culturas precisam de um período de dormência durante o inverno, durante o qual acumulam um certo número de horas de frio para garantir uma floração e frutificação adequadas na primavera e no verão seguintes.

O acúmulo reduzido de frio devido a um inverno mais quente pode ser um problema significativo, afetando a qualidade e a quantidade da produção de frutas. Os efeitos específicos podem variar de acordo com a cultura e a variedade específica, mas podem inclinar-se para uma produção reduzida, atraso na brotação, atraso na maturação, redução na qualidade dos frutos e outros problemas agronômicos.

No caso do El Niño previsto – com indicativos de temperaturas muito acima da média no Brasil – os problemas já mencionados podem ser exacerbados. 

Pêssego: Sobrevivência em Função do Frio
As árvores de pêssego dependem de um número específico de horas de frio durante o inverno para quebrar a dormência e se preparar para o crescimento na primavera. Em geral, as árvores de pêssego requerem de 500 a 900 horas de frio. Se essas horas não forem alcançadas devido a um inverno quente, as árvores podem falhar na floração ou na frutificação. Além disso, o florescimento precoce, induzido pelas temperaturas mais elevadas, pode levar a perdas significativas se ocorrer uma geada tardia. Essas condições também afetam a qualidade dos pêssegos, influenciando fatores como sabor, textura e teor de açúcar.

Ameixa: Frio Insuficiente, Produtividade Reduzida
Similarmente, as ameixeiras sofrem com a falta de frio suficiente. A ausência do frio necessário impede a entrada adequada no período de dormência, prejudicando a floração e a frutificação, o que pode resultar em uma queda na produtividade da safra. A inconsistência na floração também é uma preocupação, levando a frutos de diferentes tamanhos e qualidades. Além disso, as alterações climáticas podem afetar a cor e o sabor das ameixas.

Macieira: Frio, O Segredo do Sucesso
As macieiras também dependem de um número específico de horas de frio para quebrar a dormência invernal. Um inverno mais quente pode não fornecer as horas de frio necessárias, resultando em floração irregular e, eventualmente, menor produção. Sem um período de dormência adequado, as árvores podem continuar a crescer durante o inverno, levando a um crescimento vegetativo excessivo em detrimento da frutificação. Variações na temperatura durante o período de crescimento podem afetar a qualidade das maçãs, influenciando fatores como cor, tamanho e sabor.

Uva: Vinhos de Qualidade em Perigo
As videiras entram em um estado de dormência durante o inverno para proteger-se contra as baixas temperaturas. No entanto, um inverno mais quente pode encurtar esse período de dormência, tornando as plantas mais suscetíveis a danos causados por geadas tardias na primavera. Além disso, o aquecimento durante o inverno pode alterar o ciclo de crescimento das plantas, levando a uma floração e maturação mais precoces. A qualidade das uvas, e consequentemente do vinho, também pode ser prejudicada. Mudanças na temperatura durante períodos críticos de desenvolvimento das uvas podem afetar a acidez, os açúcares e os compostos fenólicos, que são cruciais para a cor, o sabor e a textura do vinho.
 



Fonte: AgroLink

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