A febre maculosa é uma doença infecciosa
caracterizada por febre aguda e gravidade variável. Transmitida pelo carrapato da espécie Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato-estrela, que carrega uma bactéria chamada Rickettsia rickettsii, a febre maculosa tem índice de letalidade de 75% e já levou a óbito 753 pessoas no Brasil nos últimos 10 anos.
Apesar do elevado índice de letalidade, existe cura para a doença. Conforme as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, o tratamento
da infecção deve ser feito por meio do uso de um antibiótico
específico e deve ser iniciado assim que houver suspeita da doença.
Quando a infecção pela febre maculosa atinge estágios mais graves, a internação hospitalar costuma ser necessária. É importante ressaltar que a falta ou atraso no tratamento podem agravar o quadro clínico e aumentar o risco de óbito.
Segundo a médica infectologista membra da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Chaves, ao apresentar sintomas como dores no corpo, de cabeça, naúseas e diarréia, é importante buscar atendimento médico o mais rápido possível, pois um dos maiores agravantes para os desfechos dos casos graves e fatais é a demora no diagnóstico.
“No terceiro ou quinto dia da doença o indivíduo apresenta as máculas, as manchas no corpo que podem evoluir para as necropsia nas pontas dos dedos das mãos e dos pés, inclusive com possibilidade de evoluir para uma amputação. Por ser uma doença grave, o tratamento precisa ser instituído já na suspeita da contaminação. Ele é realizado com uma medicação que pode ser via oral ou direto na veia. O período de tratamento vai de 10 a 14 dias”, orienta a médica.
“Apesar de ainda não existir vacina para febre maculosa, o tratamento é eficaz. Em casos suspeitos, não é necessário aguardar todos os exames laboratoriais e as sorologias para iniciar a medicação, já que o resultado demora a sair, uma vez que o diagnóstico é feito em duas etapas: primeiro uma sorologia pareada realizada na internação do paciente e, posteriormente, de uma a duas semanas depois, outra sorologia para acompanhamento dos anticorpos”, complementa Tânia.
A prevenção é fundamental para evitar a doença e dentre algumas medidas estão:
- Usar roupas que não deixem a pele à mostra, o que dificulta que o carrapato consiga chegar até o corpo da pessoa;
- Usar roupas claras para conseguir avistar o carrapato, caso ele chegue a grudar nas vestimentas;
- Evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos;
- O que causa a infecção da febre maculosa é a saliva do carrapato-estrela e, para que ele consiga transmitir a doença, é necessário ficar ao menos quatro horas fixado na pele do indivíduo. Dessa forma, é importante checar o corpo e as roupas a cada duas horas, em caso de trilha ou se estiver em uma área rural;
- Embora o carrapato-estrela não seja o mesmo encontrado em cachorros, esses animais também podem ser infectados, então é importante que os mesmos cuidados tomados com o ser humano também sejam passados para os bichos. Os cães, muitas vezes, não têm sintomas.
Caso identifique um carrapato
na pele é recomendado retirá-lo de forma cuidadosa realizando movimentos circulares e nunca esmagá-lo com as unhas, para evitar que ele se rompa.
É importante coletá-los e acondicioná-los em um frasco com tampa contendo álcool. Em seguida, feche o frasco e anote o endereço pessoal para entregá-lo na UBS (Unidade Básica de Saúde) ou na UVIS (Unidade de Vigilância em Saúde) mais próxima.