Da ALMT
O deputado estadual Wilson Santos (PSD) deu continuidade, neste fim de semana, à expedição pelos rios da cabeceira do Cuiabá e chamou atenção para expansão desordenada da agricultura de larga escala na localidade. No sábado (1º), esteve em Rosário Oeste (a 103 km de Cuiabá), e fez novo reconhecimento e diagnóstico das condições ambientais da região e andou pelas margens do rio Cuiabá do Bonito, a 734 metros de altitude. A viagem faz parte da Expedição Fluvial do Rio Cuiabá, atividade oficial da Assembleia Legislativa idealizada e coordenada pelo deputado.
A escolha do local tem razão de ser. O rio Cuiabá é formado pelo encontro do rio Cuiabá da Larga e Cuiabá do Bonito, que nascem nos vales da Serra Azul em Rosário Oeste.
Foram mais de 500 quilômetros de estrada de chão de difícil acesso onde foi verificado o trabalho de replantio da mata ciliar, que contribui diretamente com a preservação das cabeceiras, mas também o avanço da soja e o surgimento de lavouras de milho que podem avançar em direção contrária a ao trabalho de preservação ambiental.
“Passamos o dia todo nesta região vendo as transformações pelas quais ela vem passando. O avanço da soja é preocupante, porque em algum tempo pode chegar muito próximo às cabeceiras e trazer transtornos como a diminuição de água e a contaminação da mesma. Também vimos o crescimento do plantio de arroz e o avanço da pecuária que pode contribuir com a degradação ambiental. Além disso, vale ressaltar que a região será cortada por uma ferrovia que também trará impacto”, disse o parlamentar.
“Não sou contra o desenvolvimento, mas queremos que ele aconteça com sustentabilidade. Afinal de contas, essa é uma região sob o ponto de vista ambiental muito frágil. Aqui estão as cabeceiras do Rio Cuiabá, nosso principal patrimônio e provedor de água para toda população da baixada Cuiabana”, completou.
Da ALMT
O parlamentar explica que a baixada Cuiabana tem pouquíssimos aquíferos na região, “então temos que cuidar das águas superficiais”. O rio Cuiabá é o mais importante da chamada Bacia do rio Cuiabá, formada também pelos rios Bandeira, Coxipó, Coxipó Açu, Coxipó Mirim, Aricá, Aricá Açu, Mabá, etc., todos estes rios menores formam a grande bacia o tendo como espinha dorsal.
“Nossa preocupação é com a chegada da agricultura de escala. Não somos contra a atividade, que tem gerado emprego e desenvolvimento ao estado. Mas temos é preciso fazer este desenvolvimento com sustentabilidade. Estamos colocando os olhos sobre esta região para que o desenvolvimento respeite a questão ambiental preservando os mananciais que são decisivos na formação do rio Cuiabá”, disse o parlamentar.
“A baixada Cuiabana não tem grandes aquíferos, portanto é o Rio Cuiabá que abastece a população e também é dele que a população ribeirinha tira seu sustento através da pesca. Além disso, ele carrega uma grande carga cultural; às suas margens nasceu nossa capital e tradições. Precisamos mantê-lo limpo e saudável para garantir o futuro das atuais e futuras gerações”, concluiu.
O prefeito de Rosário Oeste, Alex Berto, é um importante apoiador da expedição e tem trabalhado arduamente na recuperação da mata ciliar das cabeceiras.
“O rio Cuiabá nasce no nosso município. Sabemos de sua importância sociocultural e econômica para toda a Baixada Cuiabana. Estamos juntos com o deputado Wilson Santos desde o início da expedição, em 16 janeiro. Percorremos 670 km de rio observando seus problemas: desbarrancamento provocado por dragas, excesso de tablados e despejo de esgoto in natura em vários trechos a partir da capital. Aqui em Rosário, estamos replantando toda a mata ciliar no entorno das cabeceiras e fazendo a limpeza do local. Também acompanhando com muita atenção o avanço da agricultura e da pecuária para evitar que ultrapasse os limites ambientais e mantenha a saúde do meio ambiente. Não vamos parar”, garantiu o prefeito.
Da ALMT