O Inova JT Summit 23, uma iniciativa do TRT-12 (SC), está sendo realizado em Florianópolis. (Foto: TRT-12 – Descrição da imagem no final da matéria)
29/6/2023 – Representantes de laboratórios de inovação e áreas de gestão estratégica de 22 Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho estão reunidos em uma jornada para alinhar os projetos dos Labs ao planejamento estratégico do Judiciário trabalhista. O Inova JT Summit 23, uma iniciativa do TRT-12 (SC), está sendo realizado em Florianópolis.
O objetivo é que os laboratórios formem parcerias e criem um portfólio de projetos de inovação de médio e longo prazo alinhados ao planejamento estratégico da Justiça do Trabalho. No meio do caminho, pretende-se também fortalecer o papel e a importância dos Labs, mapeando os estágios de maturidade de cada um deles e nivelando o conhecimento.
Alinhamento
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) também está participando do evento e, segundo o secretário-geral do órgão, juiz Bráulio Gusmão, é necessário focar em sequência. Segundo ele, a existência dos laboratórios de inovação geram uma importante reflexão, ao dar espaço para errar e aprender com eles, e reforçou a preocupação do Conselho de que a inovação seja vista como parte de um todo.
“Nós temos muitas dificuldades em lidar com projetos que não dão certo, é uma característica nossa no serviço público, em especial no Judiciário”, disse na solenidade de abertura do evento. “Os projetos precisam estar alinhados aos objetivos institucionais da Justiça do Trabalho, não deve haver competição entre tribunais para saber quem inova mais, como se fosse uma corrida maluca. Nosso maior desafio não é a tecnologia, é aprendermos a trabalhar juntos, a aprender a olhar o todo, e espero que eventos como esse nos ajudem nessa missão”, completou.
Ambiente favorável
O secretário-geral do CSJT também participou do painel “Desafios da Inovação na Justiça do Trabalho”, junto com o auditor-chefe de Governança e Inovação do Tribunal de Contas da União (TCU), Wesley Vaz. De acordo com os dois, é preciso criar um ambiente propício para estimular a mudança e o movimento de inovação, levando em consideração a motivação humana e a cultura organizacional.
“O normativo não transforma a realidade, mas cria condições para que ela (a transformação) aconteça. A inovação é um processo, não acontece de um dia para o outro. É uma caminhada. O desafio não está em normatizar, mas em implementar uma cultura. Isso sim é desafiador”, ressaltou o secretário-geral do CSJT.
Já o auditor acrescentou que o movimento de mudança é estimulado por incentivos, que podem ser institucionais, financeiros, pessoais ou de diversas naturezas. Ele frisou a importância de oferecer às pessoas motivos convincentes para elas abandonarem suas rotinas e assumirem riscos em busca de resultados inovadores. “A norma, por si só, não faz nada, nem elimina a necessidade de alguém fazer. Na prática, o que faz a inovação acontecer é o ambiente, o contexto e os incentivos”, concluiu o auditor.
Inovação além da tecnologia
Entre outros tópicos debatidos, um deles tratou da possibilidade de inovar sem necessariamente depender de avanços tecnológicos. O secretário-geral do CSJT deu um exemplo recente do próprio Poder Judiciário. Segundo ele, a maior inovação recente na Justiça brasileira é o “balcão virtual”, que não exigiu grandes avanços tecnológicos, pois os tribunais já possuíam soluções de videoconferência.
“Qualquer cidadão, com um simples celular e acesso à internet, pode ser atendido nos 90 tribunais do país. A inovação não é apenas tecnologia, mas a tecnologia é um instrumento para inovação”, enfatizou o magistrado.
Já Wesley Vaz trouxe um case do TCU. “A criação do nosso laboratório de inovação, há dez anos, só foi bem-sucedida porque o enfoque foi a capacitação, não a tecnologia”, ressaltou. Ele complementou que, paralelamente, também foi feito um trabalho de convencimento com autoridades e servidores do órgão sobre a importância de se inovar.
Confira a íntegra do painel:
Com informações do TRT da 12ª Região (SC)
Descrição da imagem: Foto tirada do fundo do auditório pegando parte das primeiras fileiras. No auditório há três poltronas pretas (sendo uma delas vazia), sendo que duas estão ocupadas por um homem de cabelos grandes amarrados, terno escuro, camisa azul e gravata vermelha (é o mediador). Do lado dele está um homem de cabelos grisalhos, terno azul e camisa preta (é o auditor-fiscal). No telão atrás dos aparece um homem branco, de cabelos e barbas grisalhos. Ele usa terno azul, camisa branca e gravata azul e está com o headphone (é o secretário-geral do CSJT).