Da Redação Avance News
Um estudo publicado nesta quarta-feira (5) na revista científica Neurology, da Academia Americana de Neurologia, revela que problemas para dormir estão associados a um risco aumentado de AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame.
Os cientistas entendem como problemas dormir de mais ou de menos, tirar longas sonecas, sono de má qualidade, roncar, bufar enquanto dorme e apneia do sono.
Um dos fatores de risco para o AVC é a pressão alta. Estudos anteriores já mostraram que pessoas que dormem mal têm mais probabilidade de desenvolver hipertensão.
O estudo analisou dados de 4.496 pessoas, das quais 2.243 tiveram um AVC e foram comparadas com outras 2.253 que não haviam sofrido um derrame. A média de idade deles foi de 62 anos.
Todos foram questionados sobre a quantidade de horas que dormiam, a qualidade do sono, cochilos que tiravam durante o dia, roncos e problemas respiratórios no sono.
Ao final, os autores do estudo observaram uma maior incidência de AVC entre os participantes que relatavam dormir menos de cinco horas por noite ou mais de nove horas.
Entre os que dormiam poucas horas, o risco de ter um derrame foi três vezes superior ao observado entre aqueles que tinham uma duração de sono considerada normal (sete horas).
Já aqueles que dormiam nove horas tiveram o dobro do risco em relação a quem dormia sete horas.
As sonecas prolongadas durante o dia também representam um problema, na visão dos pesquisadores. Quem tinha esse hábito apresentou 88% mais possibilidade de sofrer um AVC.
O aumento do risco de um acidente vascular cerebral entre os participantes que relatavam ronco foi de 91%, e nos que tinham apneia obstrutiva do sono foi de três vezes.
Os autores do trabalho tiveram o cuidado de levar em conta outros fatores de risco que poderiam impactar no desfecho de um AVC, como tabagismo, prática de atividades físicas, consumo de álcool e depressão. Após o ajuste, os números permaneceram semelhantes.
“Nossos resultados sugerem que os problemas de sono devem ser uma área de foco para a prevenção de AVC”, afirma em comunicado uma das autoras do estudo, a pesquisadora Christina McCarthy, da Universidade de Galway, na Irlanda.
Segundo ela, “intervenções para melhorar o sono também podem reduzir o risco de derrame e devem ser objeto de pesquisas futuras”.
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