Os estudos constantes de Alberto Santos Dumont, o “pai da aviação”, provocaram avanços na ciência internacional. O método de trabalho dele buscava sempre o aperfeiçoamento. Foi o que fez com o 14-Bis, primeiro veículo mais pesado que o ar a voar.
O primeiro voo da aeronave ocorreu por uma distância de 60 metros durante sete segundos no Campo de Bagatelle, em Paris, em 23 de outubro de 1906. Um mês depois, Dumont acrescentou no seu veículo um aileron, equipamento que existe até hoje na parte de trás de qualquer avião e serve para ajudar nas manobras e garantir estabilidade à aeronave.
Apesar do objeto não ter sido inventado por Dumont, ele percebeu que seria importante usá-lo. Por isso, menos de um mês depois, o 14-Bis aperfeiçoado conseguiu voar por 220 metros.
“Foi todo um trabalho, estudo. Ele pesquisou sobre outros que vieram antes. Ele ia percebendo e levava para trabalhar no seu gabinete, com cálculos, com desenhos. E, quando ele saia para fazer alguma experiência, já saia com uma maneira mais concreta”, diz Maurício, que trabalha no Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro.
A evolução dos protótipos de Dumont também foi percebida no Demoiselle, avião que criou depois do 14-Bis. A aeronave possuía um novo motor, mais potência e uma estrutura mais resistente.
O corpo do Demoiselle era de bambu e possuia lona nas asas, além de de cordas de piano para movimentar um leme desenvolvido por Dumont.
“Quando ele passa para o Demoiselle é fantástico porque essa aeronave já faz curva, desce, sobe, vira, passeia, vai visitar os amigos, era um transporte que ele [Dumont] utilizava”, diz o funcionário do museu.
Até hoje, muito do que Dumont desenvolveu há décadas continua sendo utilizado em aviões modernos.
Fato é que, com a persistência pelo aperfeiçoamento do inventor, o mundo chegou ao nível de segurança que existe hoje nos aviões, tanto naqueles que carregam centenas de passageiros como em modelos pequenos.
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN