O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu a libertação imediata do presidente do Níger, Mohamed Bazoum. O posicionamento foi oficializado pelo secretário de Estado durante sua visita à Nova Zelândia. Ele chegou na manhã de quinta-feira no horário local (noite de quarta-feira no Brasil).
“Se isso constitui um golpe tecnicamente ou não, não posso dizer, cabe aos advogados dizerem, mas o que claramente constitui é um esforço para tomar o poder pela força e romper a constituição”, disse Blinken em entrevista coletiva no Wellington, capital da Nova Zelândia.
O depoimento veio logo depois que um grupo de militares apareceu em rede de televisão para um pronunciamento ao país, informando que Bazoum havia sido destituído.
Ainda na quarta-feira, Blinken “transmitiu o apoio inabalável dos Estados Unidos” em uma ligação com Bazoum. Na ocasião, ele estava sendo mantido por guardas presidenciais dentro de seu palácio, disse o Departamento de Estado.
Blinken sublinhou ainda “que a forte parceria econômica e de segurança dos EUA com o Níger depende da continuação da governança democrática e do respeito ao estado de direito e aos direitos humanos”.
Insurgência militar
No início da manhã desta quarta-feira, foi anunciado que integrantes da guarda presidencial mantinham Bazoum dentro do Palácio na capital Niamei. O local foi bloqueado por veículos militares. Segundo comunicado da Presidência divulgado pouco depois, o presidente e sua família estavam bem.
A população se aglomerou nas proximidades do palácio em busca de informações, mas não houve nenhum tipo de informe oficial sobre a situação. Em compensação, não houve nenhum tipo de repressão policial.
A União Africana se pronunciou nesta quarta-feira (26), repudiando o levante militar e clamando pelo restabelecimento da democracia.
“Informado de uma tentativa de certos militares de minar a estabilidade das instituições democráticas e republicanas no Níger, o que equivale a uma tentativa de golpe de estado, o Presidente da Comissão da União Africana, S.E. Moussa Faki Mahamat, condena veementemente tais ações por parte de militares agindo em total traição ao seu dever republicano”, diz a nota.
A nota também evoca a participação dos países integrantes da Comissão Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
“O Presidente apela ainda ao povo do Niger, a todos os seus irmãos na África, particularmente na CEDEAO, e em todo o mundo, a juntarem as suas vozes na condenação unânime desta tentativa de golpe, e para o retorno imediato e incondicional dos soldados aos quartéis”.
“A liderança da CEDEAO não aceitará nenhuma ação que impeça o bom funcionamento da autoridade legítima no Níger ou em qualquer parte da África Ocidental”, disse Tinubu.
(Publicado por Fábio Mendes, com informações da CNN e da Reuters)