A dor na coluna é um problema que afeta a maioria da população em algum momento da vida, sobretudo após a pandemia causada pelo vírus da COVID-19. Segundo um levantamento realizado pela The Lancet Rheumatology, mais de 600 milhões de pessoas no mundo sofrem com dores nas costas, e a estimativa é que, em 30 anos, serão mais de 840 milhões de afetados pela condição.
Um estudo realizado pela rede de clínicas Meu Doutor Novamed também reforça esses números e aponta que houve um aumento de 61% do número de pacientes com dores na coluna entre 2019 e 2022. Indica, por sua vez, que os novos hábitos adquiridos pela população têm piorado a sua qualidade de vida, especialmente com o chamado home office
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Por isso, Rodolfo Carneiro, neurocirurgião e diretor médico da Clínica Coluna e Neuro, explica o que pode ocasionar dores na coluna e como evitá-las. Veja!
Fatores que favorecem as dores na coluna
Segundo Rodolfo Carneiro, algumas situações são conhecidas por estarem associadas à lombalgia, como:
- Ergonomia no trabalho;
Sedentarismo;- Sobrepeso;
- Tabagismo;
- Doenças degenerativas dos discos.
“Felizmente, a maioria das causas de lombalgia é autolimitada e causada por contraturas ou desequilíbrios musculares e estiramento de ligamentos”, explica o especialista.
Influência do home office
O home office
vem sendo considerado, por diversos especialistas, como um fator crucial para que a condição surja. Rodolfo afirma que o formato de trabalho popularizado pela pandemia da COVID-19 provoca a má postura, o abandono da prática de atividades físicas diárias e até mesmo o abuso de telas, como o celular e o computador, além do estresse e sobrecarga mental.
“As telas que são colocadas abaixo da linha de visão causam uma sobrecarga nas costas, o que começa a desenvolver um desconforto e, futuramente, causa dores. Com o tempo, vai reduzindo a mobilidade e enfraquecendo os músculos ao redor. Assim, a carga fica toda em cima dos discos que formam a coluna”, explica o médico.
De acordo com o profissional, as dores na coluna costumam piorar após realizar atividades comuns do dia a dia, como varrer a casa, arrumar o armário ou fazer uma caminhada curta. Esses estão entre alguns dos sinais que devem despertar uma atenção maior ao problema.
Sintomas da condição
Além dos sinais citados, o especialista em colunas explica que um paciente com alguma disfunção na coluna pode sentir outros sintomas, como formigamentos e dormências nos membros inferiores ou superiores. Há a tendência a uma irradiação da dor para outros membros.
Dores de cabeça
associadas a dores na região da nuca e que se prolongam para os ombros, dificuldades para se locomover e desânimo para a realização de atividades simples também são outros sintomas.
“A maioria das dores na coluna melhora em até 2-4 semanas. Em alguns casos, a dor pode persistir por um longo tempo, mesmo com o uso de analgésicos ou repouso. Nestes casos, chama-se lombalgia crônica a dor que dura mais de 3-6 meses depois do primeiro dia em que o sintoma apareceu. Estes pacientes devem buscar ajuda do especialista para tratar esta condição”, afirma o neurocirurgião.
Maneiras de evitar as dores na coluna
De acordo com Rodolfo Carneiro, atitudes básicas do dia a dia podem melhorar esse tipo de problema. “Uma prática simples de exercícios físicos é capaz de levar diversos benefícios à saúde, e não precisa ser diária; de três a cinco vezes por semana, por 30 minutos, já é o necessário para haver a prevenção da dor na coluna”, recomenda o profissional.
Além disso, o neurocirurgião indica levantar-se a cada 60 minutos para se movimentar, principalmente no trabalho e dar uma atenção maior em relação à ergonomia, como passar a colocar o monitor na altura dos
olhos,
manter as costas bem apoiadas na cadeira e o quadril em um ângulo de 90° graus.
Por Beatriz de Mello