O sistema de defesa do corpo do apresentador Faustão, 73, tende a atacar o coração que ele recebeu em transplante no domingo (27), informou à CNN a cardiologista Silvia Ayub.
“Após o transplante, o organismo interpreta o coração do doador como se fosse um corpo estranho. O organismo do receptor tende a atacar o que ele imagina que seria um corpo estranho. O sistema imunológico fica ativado para atacar”, afirmou.
Para lidar com a situação e tentar evitar a rejeição do novo coração pelo organismo, o pós-operatório ocorrer com a administração de doses altas de medicamentos imunossupressores, que diminuem o poder do sistema imunológico.
No entanto, explica a médica, a medida é delicada e demanda cuidados para que o paciente não desenvolva infecções, já que fica com uma baixa defesa imunológica.
“Nos primeiros meses, utilizamos uma dose mais alta de imunossupressores. Como eles diminuem a imunidade, a gente abre a possibilidade de ter infecções. Então, tem que tomar conta tanto da imunossupressão, para não ter rejeição, e, ao mesmo tempo, ter cuidado com infecções”, explica Ayub.
Com o passar dos meses, caso o organismo de Fausto Silva não rejeite o coração, ele vai se tornando mais tolerante ao novo órgão, e as doses de medicamentos vão sendo reduzidas aos poucos, garantindo a ele mais proteção contra doenças.
Coração de acordo com o esperado
Apesar dos riscos do momento pós-operatório, as funções do coração transplantado para Faustão “estão de acordo com o esperado para as primeiras 24 horas”, informaram médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta segunda-feira (28).
Segundo o boletim médico, Faustão continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e “respirando com auxílio de ventilação mecânica”. Seu estado clínico foi classificado como “estável”.
VÍDEO – Um dia após transplante de coração, quadro de Faustão é estável
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Como foi o transplante do Faustão?
Faustão, de 73 anos, recebeu o novo coração no domingo (27). O órgão, que era de um homem de 35 anos, veio de Santos, no litoral paulista, de helicóptero.
De acordo com a Secretária de Saúde de São Paulo, a partir do momento em que houve a disponibilidade do órgão, o sistema selecionou doze pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante.
Destes, quatro tinham prioridade. Faustão ocupava a segunda posição nesta lista e recebeu o órgão depois de a equipe do paciente que estava em primeiro lugar na lista de prioridade recusar o órgão.
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN, em São Paulo
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