A economia brasileira cresce mais e por mais tempo do que o esperado.
Esse fenômeno não é de agora, é do trimestre passado, quando o PIB veio três vezes maior do que as expectativas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele cresceu 0,9% entre março e junho.
A sequência de surpresas positivas começou na saída da fase mais aguda da pandemia, há quase três anos.
A pergunta que mais reverberou hoje foi: o que está acontecendo no país que ninguém conseguiu ver?
A gente sabe que economista sabe fazer conta, mas não tem bola de cristal. Ainda assim, as evidências não estão óbvias o suficiente.
Daí a sucessão de previsões erradas. Nem o juro real mais alto do mundo conseguiu segurar o comboio nacional.
Sem teimosia ou bravata política, não dá pra negar que a dinâmica do país mudou. Podem ter sido as reformas, especialmente do governo Michel Temer (MDB) pra cá. Tudo indica que sim. Tem também o boom das commodities, que casa com a super safra brasileira. Ah, tem o estímulo fiscal fortíssimo… Tem.
Ainda não dá pra cravar nenhuma das alternativas, talvez sejam todas juntas. Quem deve desempatar essa contenda é a inflação.
Se ela seguir uma trajetória em direção à meta de 3% nos próximos meses, talvez o mistério seja elucidado: a economia brasileira já pode crescer mais do que o sofrido 1% da última década, sem sofrer com isso.
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