quinta-feira, 28 novembro 2024
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Rússia classifica jornalista ganhador do Nobel da Paz como “agente estrangeiro”

Autoridades russas rotularam na sexta-feira (1°) o jornalista Dmitry Muratov, vencedor do Prêmio Nobel, como um “agente estrangeiro”, uma medida frequentemente adotada contra os críticos das políticas do Kremlin.

Agências de notícias russas citaram o Ministério da Justiça dizendo que Muratov, editor do jornal independente Novaya Gazeta e co-laureado com o Prêmio Nobel da Paz de 2021, foi um dos vários cidadãos russos adicionados à lista.

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Os chamados “agentes estrangeiros” foram sujeitos a revistas policiais e outras medidas punitivas. Muratov ainda está na Rússia, mas muitos integrantes da lista deixaram o país desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2021.

O Ministério da Justiça disse que o jornalista “criou e divulgou material [produzido por] agentes estrangeiros e o usou para espalhar opiniões negativas sobre as políticas externa e interna da Rússia em plataformas internacionais”.

Sob a lei russa, indivíduos e organizações que recebem financiamento do estrangeiro podem ser declarados agentes estrangeiros, minando potencialmente a sua credibilidade junto do público russo.

Aqueles considerados agentes estrangeiros devem marcar seus trabalhos publicados com um aviso informando seu status.

A Novaya Gazeta e Dmitry Muratov ganharam reputação no exterior por suas reportagens investigativas que muitas vezes criticavam o Kremlin.

Mais tarde, ele colocou sua medalha do Prêmio Nobel a leilão, ressaltando que os US$ 103,5 milhões arrecadados seriam usados para ajudar crianças refugiadas da Ucrânia.

A Novaya Gazeta suspendeu a publicação em 2022 em resposta à legislação que impõe penas severas por desacreditar a operação militar ucraniana e os soldados russos. Muitos dos seus jornalistas reagruparam-se com uma nova publicação na Letônia.

Entre os outros cidadãos russos incluídos na lista de agentes estrangeiros na sexta-feira estavam outro jornalista que escreveu artigos favoráveis à Ucrânia, um comediante que se opõe à guerra e um historiador da Chechênia, onde a Rússia lutou contra insurgentes em duas guerras pós-soviéticas.

Fonte: CNN

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