sexta-feira, 29 novembro 2024
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Produtores de MT são remunerados para manter preservação das florestas

Da Redação Avance News

Um grupo de produtores em Sapezal (MT), aderiu ao projeto Conserv do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que remunera proprietários de terras por serviços ambientais. Essa parceria mantém nove mil hectares intactos de excedente de reserva legal.

A família do produtor rural, Fernando César Paim, é dona de uma fazenda de seis mil hectares, na região oeste do estado. Parte da propriedade é arrendada para produção de grãos e outra parte é mantida com vegetação nativa.

O projeto Conserv é o tema do MT Sustentável desta semana.

Apesar de possuir licença para abrir mais áreas, Fernando preferiu contratar 1,4 mil hectares de excedentes de reserva legal, no projeto Conserv, criado em 2020.

“Por enquanto, a floresta é remunerada. Nós entendemos até que ela vale mais, mas o mercado tinha que nos dizer isso. Nós somos pioneiros nesse mercado e dificilmente você consegue chegar, como pioneiro, e pegar o topo dele. É muito voluntário isso que está acontecendo”, explica Fernando.

O vizinho de Fernando, Redi Biezus, que também é produtor, deicidiu apostar nesse novo modelo de uso do solo. O ativo econômico que mimetiza o dono a permanecer em pé, já chega a 1.214 hectares de mata.

“Tem que ter rentabilidade quando se investe em uma fazenda. Seja ela com agricultura, pecuária ou outras atividades. Uma delas é o projeto de preservação, que busca uma nova fonte de renda”, pontua Redi.

Produtores combatem fogo para seguir preservando

Entre os meses de julho e setembro, os riscos de incêndio são grandes devido à seca. Uma das obrigações de quem contrata áreas no projeto Conserv, nesse período, é evitar que o fogo chegue na mata. Dessa forma, algumas fazendas costumam montar uma brigada de combate a incêndios.

A propriedade do Carlos Roberto Simoneti, conta com dois caminhões tanque que transportam 45 mil litros de água, três tratores de esteira para fazer aceiros e três motocicletas que são utilizadas diariamente pelos guardas que monitoram as áreas.

Todo o equipamento foi adquirido com recursos que o produtor recebe do projeto Conserv, pelos quatro mil hectares contratados. “Nós recebemos pelo excedente de reserva legal e tudo isso nos incentivou a manter essas áreas aqui, inclusive se tiver contrato a longo prazo, dez quinze anos, nós vamos seguir”, conta Carlos.

Em Sapezal, dez proprietários de terras contrataram áreas no projeto Conserv e foram os primeiros a aderir. Rui Wolfard, engenheiro agrônomo, foi quem conheceu o projeto e construiu a ponte entre os produtores rurais e o Ipam.

Ele explica que o projeto Conserv é um exemplo de efeito didático para a sociedade e que possui capacidade de mostrar que os produtores também são capazes de trabalhar com a sustentabilidade.

O projeto Conserv está na fase experimental, que se estende até 2024. Os recursos financeiros, para o pagamento por serviços ambientais, vem das embaixadas da Noruega e Holanda.


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Fonte: Canal Rural

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