Julia Roberts é uma linda mulher. Pep Guardiola é um lindo técnico. Os dois são queridos e premiados em suas atividades. E também dividiram os trend topics do Twitter no sábado (18), dia em que o Manchester City triturou mais um rival (6 a 0 no pobre Burnley) e em que a Globo reprisou mais uma vez o delicioso “Uma Linda Mulher”.
Curiosamente, muitos comentários uniam os dois nomes na rede social. Isso porque Pep e Julia têm uma ligação —que a atriz desconhecia.
A história de cinema e rancor veio a público em uma bem-humorada entrevista do técnico espanhol após a goleada (outra) de 7 a 0 do City, contra o Red Bull Leipzig, que rendeu ao time inglês uma vaga nas quartas de final da Champions League —toda entrevista depois de um 7 a 0 é bem-humorada no lado vencedor, diga-se.
Como frequentemente acontece, Guardiola é questionado se o seu sucesso à frente do clube depende de um triunfo na Champions. Afinal, o City venceu tudo o que se tem para vencer em solo inglês mais de uma vez, mas tem falhado miseravelmente na desejada Champions. Conseguiu no máximo uma final —e perdeu justamente para um rival local em pior estágio, o Chelsea.
Foi então que Pep disse: “Sou um fracasso na Champions League. Mesmo que vençamos três Champions na sequência, serei um fracasso”. E aí confidenciou os três ídolos de sua vida: Michael Jordan, Tiger Woods e Julia Roberts. E depois explicou seu fracasso.
Em 2017, Julia Roberts fez uma viagem a Manchester e foi visitar o clube rival, o United. E a visita não foi na época em que Alex Ferguson ganhava tudo, lembra Pepito, era no período em que ele e seu City começavam a dominar as competições locais. Provavelmente Pep ficou mais magoado com a esnobada de Julia do que ficaria com um gol de seu time anulado pelo VAR no último minuto.
Para piorar, poucos dias depois da revelação de Pep, um jornalista citou o caso em uma entrevista de Antonio Conte, treinador do Tottenham [jornalista provavelmente mal-intencionado e com humor inglês… canalhas]. E Conte respondeu algo como: “Julia Roberts? Lembro dela, ela visitou o Chelsea quando eu estava lá, tive a oportunidade de conhecê-la no vestiário. É bom quando uma pessoa como ela gosta de futebol”.
Pronto. Pepito provavelmente está chorando em algum quarto escuro ao som de “Abrazame” ou de outro hit de Julio Iglesias —ou da trilha de “Uma Linda Mulher”.
Rancoroso, Pepito sentiu na pele uma coisa que o dinheiro do mundo árabe (que comprou o City) tem dificuldade de comprar no futebol: tradição. Não que o City seja um time nascido nos anos 1970 e com pouca história (como o PSG), mas não se compara ao passado de glórias do vizinho United.
Pep brincou com o caso de Julia, mas no fundo estava falando sobre isso, tradição. E mesmo uma Champions talvez não mude a história do clube, é preciso um pouco mais.
Neste ano as coisas não estão tão fáceis para Pepito e seus blue caps. Na Premier League, o Arsenal (uhu) parece não largar o osso e continua teimando em ficar na frente do City, faltando menos de um terço para terminar o campeonato.
E, na prestigiada e sonhada Champions, o sorteio colocou provavelmente os dois times mais temidos frente a frente: City x Bayern de Munique. Não seria nada insólito ver o time alemão impondo mais uma derrota continental a Guardiola.
Mas… se por acaso Julia Roberts se compadecer, poderia fazer mais uma visitinha a Manchester (meio longe de Notting Hill) e finalmente conhecer o lado azul da cidade. Quem sabe até aceitar um convite para um jantar na casa da família de Pepito, com show in loco de Liam Gallagher (torcedor fanático).
Afinal, Pep é só um técnico, parado na frente de um campo, dizendo que ama o futebol… e Julia.
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