Da Redação Avance News
O consumo da safra 2023 atingiu 79,601 milhões de toneladas, com exportações alcançando 56 milhões e importações de 1,5 milhão, resultando em um estoque de passagem de 5,940 milhões de toneladas, de conciliação com a Companhia Pátrio de Provimento (Conab).
As projeções mais recentes, divulgadas pela Conab em janeiro, apontam para um aumento no consumo de milho, atingindo 84,367 milhões de toneladas neste ciclo.
Diante desse cenário, os especialistas destacam a possibilidade de conseguir 85 milhões de toneladas de consumo em 2024, refletindo a contínua demanda por milho.
O setor de rações e proteínas animais, consumiu 52 milhões de toneladas em 2023, com projeções de aumento para 55 milhões em 2024, representando um acréscimo de 5,45% na demanda pelo cereal.
Embora haja uma expectativa de menor oferta no mercado, o foco principal não está na escassez de milho, mas sim nas possíveis repercussões nos custos da indústria. Segundo os analistas do setor, a queda de 11% na produção e a especulação porquê fatores preocupantes, potencialmente resultando em reajustes de preços.
A Associação Brasileira de Proteína Bicho (ABPA), prevê um aumento de 1 milhão de toneladas no consumo de milho pelos setores de avicultura de golpe, avicultura de postura e suinocultura em 2024. No entanto, ele não enxerga um cenário alarmante até o momento, considerando as projeções de uma safra robusta.
O setor de etanol de milho, em metódico prolongamento, não demonstra preocupações imediatas com o provimento. Guilherme Nolasco, Presidente da União Pátrio do Etanol de Milho (Unem), destaca a redução da oferta em relação à última safra recorde, mas ainda há milho suficiente para atender às demandas internas e exportações excedentes.
Quanto às exportações, a perspectiva é de uma redução significativa em 2024, de 56 milhões de toneladas em 2023 para aproximadamente 35 milhões. Roberto Carlos Rafael, Diretor Universal da Associação Pátrio dos Exportadores de Cereais (Anec), aponta para uma desaceleração nas exportações, seguindo um ano recorde, principalmente devido à menor produção.
João Pedro Lopes, Crítico de Perceptibilidade de Mercado da StoneX, concorda que a produção menor deve resultar em embarques menores. A visão universal é de que, apesar dos desafios previstos, os setores de rações e etanol mantêm sua resiliência, enquanto a redução nas exportações é vista porquê uma adaptação ao novo cenário de oferta e demanda.
Quanto aos estoques de passagem, a Conab prevê um aumento de 6,276 milhões de toneladas ao final de 2024, enquanto a Abramilho espera um estoque mais reles, refletindo um consumo interno superior a 80 milhões de toneladas. Otávio Canesin, Presidente da Abramilho, antecipa um estoque de passagem reduzido, o mais reles dos últimos cinco anos, indicando a crescente demanda interna por milho.