Banco Meão define taxa de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Meão (BC)
decide nesta quarta-feira (31) o galanteio na taxa básica de juros, a Selic
. Mesmo com a recente subida do dólar e com os juros altos nos Estados Unidos, o órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 11,75% ao ano, para 11,25% ao ano. Esse será o quinto galanteio desde agosto, quando a poder monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário.
Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom tinha informado que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, tinham previsto, por unanimidade cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros.
Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve realmente tombar 0,5 ponto percentual. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,25% ao ano. Nesta quarta-feira, ao termo do dia, o Copom anunciará a decisão.
Inflação
Na ata da última reunião, em dezembro, o Copom mostrou preocupação com as contas públicas. O colegiado também apontou riscos de um eventual repique do Índice Pátrio de Preços ao Consumidor Largo (IPCA)
, que mede a inflação solene.
O Copom avaliou que secção da incerteza observada nos mercados, com revérbero nas expectativas de inflação, está em torno da capacidade do governo de executar as medidas de receita e despesas compatíveis com o busto fiscal. No mercado internacional, a perspectiva de subida de juros nos Estados Unidos e a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas dificultam a tarefa do BC de subtrair os juros em 0,5 ponto por longo tempo.
Segundo o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa de inflação para 2024 caiu de 3,86% para 3,81%. Índice representa inflação dentro do pausa da meta estabelecida pelo Recomendação Monetário Pátrio (CMN), de 3% para levante ano, podendo chegar a 4,5% por culpa do pausa de tolerância de 1,5 ponto.
Em dezembro, puxado por provisões e bebidas, o IPCA ficou em 0,56%, segundo o Instituto Brasílio de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a pressão dos combustíveis, o indicador ficou dentro das expectativas do boletim Focus. Com o resultado, o indicador acumulou subida de 4,62% em 2023.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Pátrio no Sistema Peculiar de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Meão para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado cândido – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é sustar a demanda aquecida, e isso culpa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, uma vez que risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Meta
Para 2024, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Recomendação Monetário Pátrio, é 3%, com pausa de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para inferior. Ou seja, o limite subalterno é 1,5% e o superior é 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas também são de 3% para os dois anos, com o mesmo pausa de tolerância.
No último Relatório de Inflação, divulgado no termo de dezembro pelo Banco Meão, a poder monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2024 em 3,5%, dentro da meta de inflação. O próximo relatório será divulgado no termo de março.