O ouvidor da Polícia de São Paulo, Cláudio Silva, alertou que “respostas acaloradas com tons de vingança” não contribuem “para a sensação de aumento de segurança”. As declarações foram divulgadas em nota nesta terça-feira (6) para comentar as sete mortes ocorridas na Baixada Santista uma vez que secção da novidade temporada da Operação Escudo.
De sexta-feira (2) a domingo (4), ações da Polícia Militar, na Baixada Santista, no litoral paulista, deixaram sete mortos, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP).
De concordância com a secretaria, foram registradas sete ocorrências com confronto ao longo dos 3 dias. Em uma delas, na Vila dos Criadores, em Santos, três pessoas foram mortas. As outras mortes aconteceram em quatro situações em que os policiais relataram trocas de tiros.
O ouvidor informou que acompanha a situação. “Todas as mortes decorrentes de mediação policial serão alvos de procedimentos de ouvidoria e por ela acompanhadas em todo o processo, com a solicitação de imagens, elementos probatórios e laudos periciais”, diz o expedido de Cláudio Silva.
Na nota, ele destaca ainda a relevância que as ações aconteçam dentro da “validade” e com “profissionalismo”. “Respostas acaloradas com tons de vingança em zero contribuem para a sensação de aumento de segurança, antes o seu contrário, com prejuízos e perdas irreparáveis para todos”, enfatiza o ouvidor.
Morte de policial
A Operação Escudo, na Baixada Santista, foi lançada uma vez que reação à morte do policial militar Samuel Wesley Cosmo, em Santos, na sexta-feira (2). Na noite do mesmo dia, três suspeitos de participação na morte do policial foram presos na Rodovia Anchieta-Imigrantes, que liga a capital paulista ao litoral, próximo a Cubatão. Foi apreendida uma revólver e diversos cartões bancários.
A ouvidoria lamentou a morte do policial. “Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo presta suas pêsames aos familiares e amigos do Soldado PM Samuel Wesley Cosmo, morto num confronto em irrupção na comunidade do Mangue Sequioso”.
Mortes dobram
Outros ataques a policiais já haviam motivado o estabelecimento de fases da Operação Escudo em diferentes partes do estado, que, de concordância com a SSP, buscam “restabelecer a ordem e a sensação de segurança da população”.
A primeira Operação Escudo foi lançada no ano pretérito, posteriormente a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), em Guarujá. As ações resultaram na morte de 28 pessoas em 40 dias.
Em 2023, as mortes causadas por ação da Polícia Militar mais do que dobraram na região da Baixada Santista. Segundo os dados divulgados pela SSP, 72 pessoas foram mortas por policiais militares em 2023, e em 2022, as ações da corporação causaram 34 mortes na região.
