Por Janguiê Diniz, Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo.
Vivemos dias estranhos, nebulosos. De uma hora para outra, uma enxurrada de notícias sobre ataques a escolas e creches, em vários locais do país, nos impacta e a principal pergunta é: o que leva a esses atos? É certo que hipóteses existem aos montes, mas respostas definitivas ainda não há. O que cabe aqui é questionar: será que isso tudo começou “de uma hora para outra” mesmo?
Os casos recorrentes de violência ou ameaça tem alarmado estudantes, professores e familiares. Soube que já há centros educacionais em que os próprios alunos, muitos deles ainda pré-adolescentes, já estão pesquisando e compartilhando entre si informações sobre como se proteger de um ataque. Chega a ser surreal saber que crianças estão preocupadas com a própria segurança dentro da escola, quando deveriam atentar apenas aos estudos e ao lazer na hora do recreio. O que está acontecendo de errado?
Quero aqui focar na questão da saúde mental. É possível dizer que quase todos os casos de ataques têm alguma origem em um problema de saúde mental, direta ou indiretamente. E que fique claro: dizer que alguém tem problemas mentais não exime ou atenua a violência. É preciso punir severamente quem atenta contra a vida de pessoas inocentes, especialmente crianças. No entanto, apenas o trabalho de repressão não é suficiente. É preciso atuar na prevenção, e é aí que o cuidado com a mente se faz mais importante.
No ambiente escolar, o bullying é sabidamente presente, e gestores e professores, muitas vezes, parecem ignorar as agressões. No entanto, são as pequenas “brincadeiras inocentes” que podem desencadear problemas graves e acabar em tragédia. Desta forma, faz-se necessária maior atenção aos estudantes e seu convívio nos colégios. Há pequenas violências que vão, aos poucos, causando efeitos nocivos em quem as sofre, que podem transbordar na forma das ações que temos visto. Mais do que isso, é preciso também ter atenção à saúde mental dos adultos, para que estes também não realizem atos extremos. E, claro, o reforço na segurança em locais potencialmente ameaçados é imprescindível.
Os atentados em escolas não podem ser reduzidos apenas a problemas de mentalidade, mas creio que parte deles poderiam ser evitados se cuidássemos mais da mente. Ainda há um longo caminho a se caminhar para que o respeito e o cuidado sejam mais presentes na sociedade. Por ora, fiquemos vigilantes.