Da Redação Avance News
A síndrome de Apert atinge uma a cada 100 mil crianças e é causada por uma mutação no gene responsável pelo desenvolvimento dos ossos. Com isso, a criança nasce com anomalias no crânio e no rosto e com a fusão dos ossos dos dedos dos pés e das mãos. A cirurgiã ortopedista responsável pelo procedimento cirúrgico, Renata Pedra, explicou ao g1 que essa condição pode ser verificada ainda durante a gestação.
“Quando a mãe vai realizar o ultrassom, o obstetra tem a sugestão de que há a síndrome de Apert, assim como o Down. Essa sugestão acontece por causa das alterações no tamanho do rosto, da mãozinha, dos pezinhos”, explica a cirurgiã que realizou o procedimento na última quarta-feira (27).
A família da bebê é de Goianésia, município da região central de Goiás, e a mãe Cássia Cintra, de 35 anos, técnica em enfermagem, conta que ainda não pode ver a mão de sua filha por ainda estar enfaixada. “Só vou poder ver na quarta-feira, que é o primeiro curativo, que a doutora estará abrindo”, afirma.
A mãe conta que o procedimento cirúrgico foi agoniante. “Ficar lá fora esperando ela e eu nunca larguei ela muito tempo, para mim, foi uma angústia. Mas, estou satisfeita que graças a Deus ocorreu tudo bem”, afirma Cássia. Segundo ela, sua filha está em casa e a recuperação está sendo boa.
Cássia se desloca três ou mais vezes por semana para fazer acompanhamento de sua filha. “Eu levo ela para Goiânia, para Anápolis e para Campinas, em São Paulo”, conta. Ela explica que, inicialmente, estava tudo programado para cirurgia ser feita em São Paulo, mas depois que a cirurgiã ortopedista passou a atender pelo Hecad, Cássia optou por em Goiânia.
A mãe da criança narra que soube da má formação dos dedos dos pés e das mãos de sua filha ainda na gestação, mas o diagnóstico definitivo para a síndrome de Apert foi dado apenas depois do nascimento. “A gente não estava esperando essa síndrome, nem a má formação, então para a gente foi um baque”, relata.
Além do acompanhamento médico constante, a mãe contou ao g1 que há cuidados diferentes que sua filha demanda. Com a imunidade mais baixa, bebês com a síndrome de Apert adoecem mais facilmente. “É uma criança, mas os cuidados são totalmente diferentes e a atenção é dobrada, é 100%. Tem noite que eu fico com ela acordada, a gente não dorme, ela não chora, mas a gente fica vigiando ela. Então, o cuidado é diferente”, explica Cássia que é mãe também de outra criança de 4 anos.
A médica Renata explicou que a filha de Cássia ainda passará por outras cirurgias para concluir a separação dos dedos dos pés e das mãos. “Normalmente, seriam dois ou três procedimentos, pois eu não posso separar todos os dedos em um procedimento só, porque a pele não aguenta, infelizmente. A gente separa os dedos periféricos e, em um segundo momento, separa o dedo central”, explica.