A menopausa representa um marco importante na vida de muitas mulheres, marcando o fim da fase reprodutiva e o início de uma nova etapa. No entanto, além da cessação da menstruação, ela traz consigo uma série de mudanças hormonais que podem impactar significativamente a vida sexual.
Neste contexto, Débora Pádua, fisioterapeuta pélvica especialista em sexualidade e dor na relação, mostra como enfrentar os desafios da menopausa e encontrar estratégias eficazes para preservar e até mesmo melhorar a vida sexual nessa fase da vida. Confira a seguir!
Impactos da menopausa na vida sexual
As mudanças do climatério são diversas e muitas delas podem afetar a vida sexual da mulher. “É comum que a
menopausa
cause a diminuição da libido, já que muitas mulheres experimentam uma diminuição do desejo sexual devido à diminuição dos níveis de hormônios como estrogênio e testosterona. Isso causa uma secura vaginal provocada pela queda nos níveis de estrogênio que pode levar à diminuição da lubrificação vaginal, tornando o sexo desconfortável ou doloroso e, naturalmente, se inicia a diminuição do interesse em atividades sexuais”, alerta a fisioterapeuta pélvica.
Também culpa da diminuição dos níveis de estrogênio, a mulher ainda pode sentir atrofia vaginal, que é a perda de elasticidade e um afinamento das paredes vaginais. “Como resultado, a região pode ficar mais sensível e propensa a irritações, levando a sintomas como ardência e coceira”, esclarece Débora.
Tratamentos para aliviar a menopausa
Débora Pádua afirma que a
vida sexual
e a saúde da mulher precisam continuar na menopausa e que nenhuma dor ou desconforto deve atrapalhar essa fase. “Existem tratamentos que são mais simples do que muita gente imagina para poder passar por essa fase, mas é preciso buscar ajuda”, diz.
Segundo ela, a terapia de reposição hormonal (TRH) é uma opção de tratamento comum para aliviar os sintomas da menopausa, especialmente os sinais vasomotores (como ondas de calor e suores noturnos) e os geniturinários (como secura vaginal e dor durante a relação sexual), causados pela diminuição dos níveis de estrogênio e, em alguns casos, de progesterona no organismo.
Lidando com as mudanças emocionais da menopausa
Há, ainda, o agravante das mudanças emocionais desta fase. Isso porque a menopausa também se relaciona a mudanças emocionais, como depressão, ansiedade e irritabilidade, que podem afetar a vida sexual.
“É importante reconhecer que essas mudanças são comuns durante a menopausa, mas que existem maneiras de lidar com elas e encontrar estratégias para lidar com esses desafios, que podem incluir terapia hormonal, uso de lubrificantes vaginais, terapia sexual e técnicas de relaxamento pélvico”, explica a especialista.
Benefícios da fisioterapia pélvica
Conforme Débora Pádua, a fisioterapia pélvica envolve exercícios para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, o que pode ajudar a melhorar a
incontinência urinária
, a função sexual e a sustentação dos órgãos pélvicos.
“Os exercícios ajudam a liberar tensões e a melhorar a mobilidade dos músculos e tecidos ao redor da região pélvica, o que pode aliviar a dor e o desconforto na hora da relação sexual, já que, através do relaxamento muscular progressivo, é possível a reduzir o estresse da região e aliviar os sintomas”, finaliza.
Por Mayra Barreto Cinel