quinta-feira, 28 novembro 2024
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Motorista de aplicativo se ajoelhou, implorou para não ser morto e isso deu “gás” para trio matar, diz delegado

Um dos motoristas de aplicativo pegos por Lucas Ferreira da Silva, 20 anos, e os dois adolescentes, sendo um de 15 e um de 17 anos, teria se ajoelhado para os suspeitos e implorado para não ser morto. Isso acabou dando “gás” para continuar a matança.

O trio foi pego em flagrante nessa segunda-feira (15), em Várzea Grande, por envolvimento nas mortes de Elizeu Rosa Coelho, 58 anos, Márcio Rogério Carneiro, de 34 anos, e Nilson Nogueira, 42.

Segundo o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), os suspeitos começaram os crimes com o objetivo de roubar o veículo, mas pegaram “prazer” em matar motoristas de aplicativo.

“Uma das vítimas ajoelhou e pediu para não ser morta por ele. Isso satisfez os criminosos, que sentiram prazer em matar, virou compulsão”, explica. “A partir do primeiro homicídio eles sentem um prazer por essa morte”, completa.

O delegado também revelou que o crime surpreendeu até ele mesmo e os investigadores. “Tenho 10 anos como delegado. Vi muitos casos esquisitos, mas esse foi o mais estranho. Ver pessoas dessa idade, falando dessa forma”, afirma.

“Esses indivíduos vão ter que passar por tratamento de sanidade mental, porque não é normal esse tipo de comportamento”, completa.

Vingança

Um dos menores ficou com um sentimento de vingança, segundo o delegado, por conta de um roubo frustrado acontecido no passado. “Um deles, o de 17 anos, já tinha envolvido em um roubo com o irmão no passado. No crime, a vítima reagiu e matou o irmão e ele saiu baleado. Ele ficou com sentimento de que as vítimas tinham vencido e os criminosos perderam”, diz.

“Ele ficou com esse sentimento de vingança, de que os bandidos tinham que ganhar, e resolveu matar as vítimas. Com isso, acabou virando compulsão, eles pegaram gosto pelas mortes”, revela.

Ainda segundo o delegado, o trio ainda disse que, caso não fossem presos nessa segunda-feira, já estavam planejando matar uma quarta vítima.

Os motoristas, conforme Nilson Farias, eram escolhidos de forma aleatória. O trio usava o aplicativo em nome de mulheres, para passar confiança. O motorista que aceitava a corrida se tornava “o sorteado”.

Prisões

Análise de imagens de câmeras de segurança, entre outras diligências realizadas pela DHPP possibilitaram a identificação de três suspeitos que foram vistos próximos do carro da primeira vítima, no bairro Cristo Rei.

Eles estavam com as mesmas roupas em que apareceram nas imagens das câmeras. Ao serem abordados, perto da UPA do Cristo Rei, o trio confessou os crimes e apontou onde estavam os corpos de duas vítimas.

Os três foram encaminhados no fim da noite desta segunda-feira para a sede da DHPP, interrogados e autuados em flagrante pelos crimes e atos infracionais análogos, respectivamente, a roubo majorado pelo concurso de pessoas, por restringir a liberdade das vítimas, grave ameaça com emprego de arma branca e resultado em morte em decorrência da violência, bem como ocultação de cadáver das vítimas. O adulto responderá ainda por corrupção de menores.

Fonte: RDN

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