O First Republic, que entrou em derrocada há seis semanas, está em escrutínio pela Federal Deposit Insurance Corporation e foi adquirido pelo JPMorgan Chase, é o terceiro credor dos EUA a falir em dois meses — e o motivo tem muito a ver com sua base de clientes “de salto alto”.
A turbulência bancária que começou com o Silicon Valley Bank em março desencadeou o pânico entre os depositantes e investidores, que fugiram das ações de bancos regionais que tinham semelhanças com o SVB.
O First Republic, apenas um pouco maior que o SVB e atendendo a uma clientela praiana igualmente rica, imediatamente ficou “na mira” do mercado.
O que aconteceu?
Ambos os credores com sede na Bay Area – na Califórnia – atendiam a clientes de elite — empresas e indivíduos — que carregavam grandes saldos em dinheiro. Em ambos os casos, os bancos tinham uma proporção exagerada de depósitos acima dos US$ 250 mil cobertos pelo FDIC.
“Esses depositantes são particularmente propensos a retirar fundos”, disse Patricia McCoy, professora de direito do Boston College, à CNN no mês passado. “Eles são sofisticados, sabem que têm outras opções e têm mecanismos para movimentar dinheiro rapidamente.”
Essa base particularmente volátil de depositantes representa um risco para os investidores.
E, de fato, quando o First Republic divulgou seus resultados do primeiro trimestre na segunda-feira – acompanhados por uma ligação curta para os investidores, na qual os líderes não responderam a perguntas dos investidores ou da mídia – o banco revelou que perdeu mais de 40% de seus depósitos, ou cerca de US$ 100 bilhão.
A notícia levou suas ações a uma nova baixa.
Grandes bancos como JPMorgan Chase e Bank of America diversificaram suas bases de depositantes para incluir mais do que McCoy chama de “depósitos pegajosos”. Em outras palavras, pessoas comuns que têm menos de US$ 250 mil no banco e não fugirão tão rapidamente.
Cerca de dois terços dos depósitos do First Republic não tinham seguro.
Isso é muito menos do que os 94% sem seguro que o Silicon Valley Bank tinha, mas o First Republic também tinha uma taxa de empréstimo para depósito extraordinariamente alta de 111% no final do ano passado, segundo a S&P Global — o que significa que emprestou mais dinheiro do que tem em depósitos.