quinta-feira, 28 novembro 2024
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Pesquisadores alertam para situação crítica na Bacia do Araguaia

“O homem desmatou, né? Tirou a chuva. Porque você sabe que se a árvore acabar, as chuvas também vão diminuindo, né? O interesse da gente é que venha reflorestar porque aí vem a chuva e esse rio não vai faltar água”, diz.

O Araguaia atravessa quatro estados e, com os afluentes, forma a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira, responsável por abastecer grande parte do Centro-oeste e do Norte do país.

A região tem períodos bem definidos que duram praticamente seis meses cada. Na seca, bancos de areia surgem ao longo do rio e, na cheia, as chuvas trazem de volta o fluxo de água.

Dois estudos recentes acendem um alerta sobre a Bacia do Araguaia. As pesquisas indicam que, cada vez mais, esse rio tem dificuldades para recuperar o fluxo de água nos períodos de chuva e a qualidade da água também está pior a cada ano que passa.

O estudo sobre o volume de água é da Universidade de Brasília. Os pesquisadores analisaram dados sobre a superfície de água e a vazão da correnteza nas 21 estações de monitoramento desde 1980. A conclusão foi de que, nos últimos 40 anos, o rio perdeu em média 40% da vazão e entre 40% e 67% da superfície de água, dependendo da parte do rio que é analisada.

“Nós vimos também que existe uma correlação forte entre redução de superfície de água com o aumento do desmatamento e da quantidade de áreas irrigadas. É necessário, primeiro, voltar a reflorestar. Pensar em uma forma de retirada da água do rio com um certo controle, que permita a vazão ecológica do rio. Um acompanhamento em tempo real do que está sobrando no rio”, acredita o professor da UnB Ludgero Vieira.

A outra pesquisa é da Universidade Federal do Mato Grosso. Amostras de água foram colhidas no Araguaia e nos afluentes para testar a qualidade.

“A gente constatou que existe contaminação ambiental. Ou seja, que existe a contaminação por agrotóxicos. Em baixa concentração, mas o que mais chamou a atenção nesse estudo é que a gente encontrou contaminação ambiental em todas as sub-bacias estudadas, mostrando que a contaminação tá bem difundida aqui na região”, conta o professor da UFMT Dilermando Pereira Lima.

O Ministério do Meio Ambiente declarou que o plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas no Cerrado constatou a redução da vazão de rios monitorados, e que propôs um pacto com governadores dos estados do Cerrado para combater o desmatamento e implementar ações conjuntas de preservação.

Fonte: RDN

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